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Sexta, 21 Setembro 2018 09:13

Kwanza já se desvalorizou 45,44% face ao euro desde janeiro

O kwanza voltou a depreciar-se em relação às moedas europeia e norte-americana, valendo agora 339,851 kwanzas/euro e 289,511 kwanzas/dólar, segundo indica uma nota do Banco Nacional de Angola (BNA).

A taxa cambial média de referência foi apurada na quinta-feira, após a sexta sessão de setembro de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, que colocou no mercado primário 55 milhões de dólares (47 milhões de euros).

Os novos câmbios representam uma depreciação de 45,44% face à moeda europeia desde 01 de janeiro deste ano, quando valia 185,40 kwanzas/euro, e 42,69% em relação à norte-americana que, no início do ano, se situava em 165,92 kwanzas/dólar.

No início deste mês, a moeda europeia valia 301,3 kwanzas/euro, enquanto a norte-americana estava nos 276,562 kwanzas/dólar.

As divisas colocadas na quinta-feira no mercado primário foram adquiridas por 14 bancos comerciais.

As divisas destinam-se à cobertura de operações de natureza comercial e privada, bem como operações comerciais ainda em posse dos bancos comerciais referentes ao período de 2015 a 2017 (atrasados cambiais) e que se encontrem em conformidade com a regulamentação cambial, mas que, por algum motivo, não tenham ainda sido pagas ao exterior.

Tratou-se do sexto leilão de divisas realizado este mês, estando prevista a realização de mais dois, dias 24 e 26, após o que o BNA entregará, a partir de 01 de outubro próximo, a autonomia da venda de moeda estrangeira aos bancos comerciais, ponto termo a uma prática que, face à dificuldade de obtenção de divisas reinante no final de 2017, foi obrigado a ela recorrer a 09 de janeiro deste ano.

Nos cinco leilões realizados este mês, o BNA colocou no mercado primário moeda estrangeira no valor de 323 milhões de euros dos 598 que anunciou esperar colocar até ao final deste mês.

Na terça-feira, o BNA anunciou que, a partir de 01 de outubro, deixa de proceder à venda direta de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira devem voltar a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados.

Em comunicado, a que agência Lusa teve então acesso, o BNA referiu ter, no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.

Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas diretas permitiu que o banco central angolano tivesse um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a proteção das reservas internacionais e emitisse regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptados a esse objetivo.

Com esse sistema, reforçou a nota, o BNA assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das perceções negativas dos clientes sobre os critérios de seleção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.

O BNA entende agora que, após o período de maior intervenção, com o mercado cambial atualmente mais bem regulamentado e com maior regularidade na oferta de moeda estrangeira, estão criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.

"Assim, a partir do dia 01 de outubro, o BNA deixará de proceder a vendas diretas de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira devem voltar a ser unicamente apresentadas a instituições financeiras autorizadas a exercer o comércio de câmbios pelo BNA", refere o comunicado.

No exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, o BNA compromete-se a trabalhar junto das instituições financeiras, para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na atividade económica do país.

"Continuará ainda a transmitir aos mercados as orientações que se mostrem necessárias e a proceder aos acertos que o contexto macroeconómico recomendar para garantir o normal funcionamento do mercado cambial", lê-se ainda na nota.

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