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Sábado, 01 Fevereiro 2014 09:11

Governo vai proíbir importações de Cimento em 2014

A proibição não deverá afectar o mercado, já que a produção nacional anual de cimento é superior a 8 milhões de toneladas, face à procura estimada em 6,5 milhões de toneladas.

O executivo proibiu a importação de cimento em 2014, salvo autorizações específicas que a comissão do sector do cimento conceda depois de consultar a Associação da Indústria Cimenteira de Angola (AICA), revela o semanário económico angolano "Expansão" em manchete.

Esta decisão refere também que a AICA vai responsabilizar-se pela distribuição das quotas de produção e oferta, e pelo fornecimento regular sustentável e com a qualidade requerida ao mercado da construção civil e obras públicas.

Alguns empreiteiros, como a Edifer Angola, afirmam que a proibição não deverá afectar as suas obras, porque só usam cimento nacional. Mas há outras empresas que dependem da importação de cimento como, por exemplo, o empreendimento Comandante Gika, em Luanda, ainda em obras. O departamento de compras desta empreitada assegura que não receia rupturas, porque tem encomendas de importação de cimento garantidas até ao final do primeiro semestre de 2014. Mas, devido à proibição, está a preparar-se para recorrer a um produtor nacional. Entretanto, fontes contactadas pelo "Expansão" acreditam que esta medida deverá agravar as contas dessas obras, já que o cimento importado é, comparado ao nacional, mais barato. E a procura em determinadas zonas do país será maior do que a oferta, o que poderá levar ao agravamento dos preços. No entanto, o preço poderá não subir porque o executivo, com a concordância da AICA, identificou duas excepções à "quota zero" em 2014. A primeira está relacionada com a necessidade de garantir o abastecimento contínuo nas zonas de fronteira. "Tendo em conta a dimensão territorial de Angola, consideramos que na fase de ajustamento actual deste sector seria conveniente garantir que não ocorrerá qualquer ruptura de fornecimento", refere a lei. A segunda excepção está relacionada com a incorporação obrigatória de 30% de cimento nacional nos projectos ''chave-na-mão'' do executivo que, em resultado de compromissos anteriores, não poderão ser ajustados no imediato. A AICA considera, no entanto, que o futuro da reconstrução de Angola será feito com base no cimento angolano.

8 MILHÕES DE TONELADAS

A presidência da AICA clarifica que a referida determinação acontece numa situação em que se alterou o panorama da produção de cimento em Angola. Segundo a AICA, o país esteve, durante algum tempo, perante um mercado com capacidade produtiva limitada. Contudo, devido aos grandes investimentos feitos pelos actuais operadores do sector, essa capacidade aumentou exponencialmente de modo a abastecer o mercado nacional. Como resultado desse aumento de capacidade instalada, bem como da manutenção da oferta de cimento importado, o mercado nacional começou a sofrer de excesso de capacidade. Por isso, o decreto vem regular o mercado e garantir a sua sustentabilidade ao longo do tempo. O mercado de cimento tem actualmente cinco unidades industriais, com uma capacidade instalada superior a 8 milhões de toneladas. A importação de cimento em 2013 deve ter ficado entre 2,5 e 3 milhões de toneladas.

Ionline.pt/A24

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