Face a Janeiro, em que o valor da moeda da União Europeia esteve nos 789,8 Kz, houve uma redução de 20,5 Kz. Quanto ao dólar, a redução foi marginal, já que tinha um valor de mercado de 650,7 Kz, e esta quarta-feira ficou cotado nos 646,3 Kz.
De acordo com os analistas, em condições normais, e num mercado livre, o mais concreto é que a moeda nacional sofresse uma queda na sua cotação de mercado, já que, na última reunião do Comité de Política Monetária (CPM), o banco central decidiu aumentar o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira de 17% para 22%, terminando-se a obrigatoriedade de cumprimento parcial em moeda nacional.
Estes factores, segundo analistas, por si só contribuíram para a seca de liquidez em moeda estrangeira no mercado e, como consequência, deviam também afectar o valor de mercado do Kwanza, fazendo cumprir a teoria económica de que quanto menor oferta, maior os preços. O que não aconteceu em virtude do que os economistas consideram ser uma estratégia política do regulador de manter o Kwanza estável ou em apreciação.
Para o analista Mateus Makiadi, o valor do kwanza face às moedas estrangeiras é determinado por duas principais forças, nomeadamente a política e económica. Makiadi entende que as reais condições económicas do país não permitem uma apreciação significativa do kwanza face às moedas estrangeiras. "Quanto à apreciação do kwanza face ao euro seria tolerável se fosse pelo menos de 0,5% devido ao comportamento do EUR/USD no mercado internacional, sendo que o EUR/Kz é um crossrate do EUR/USD. Relativamente ao USD/Kz, numa altura em que o BNA aumentou significativamente o coeficiente de reservas obrigatórias em ME, em livre mercado, o kwanza deveria cair, mas não está a cair porque acredito que o regulador da política monetária e cambial, ou seja, o BNA tem metas e objectivos concretos para atingir e isto está em linha com o facto de o FMI ter dito que o Kwanza já atingiu seu nível de equilíbrio", disse o analista. Expansão