O Estado vai ter que injectar pelo menos 1.500 milhões USD em "dinheiro fresco" este ano para "salvar" o já habitual Banco de Poupança e Crédito (BPC) e também o Banco Económico, elevando para 5,5 mil milhões USD os dinheiros públicos gastos em cinco anos para resgatar instituições bancárias, de acordo com cálculos do Expansão.
Os resultados da avaliação aos activos dos 13 maiores bancos do sistema financeiro nacional concluíram que há uma necessidade de recapitalização de um número reduzido de bancos, com o BPC e BE a representarem cerca de 96% do total das necessidades de recapitalização.
Em relação ao BPC, esta reavaliação de activos revela que há uma necessidade adicional de constituição de imparidades em torno de 232% face ao montante reconhecido nas demonstrações financeiras de 2018. Face ao reconhecimento das imparidades identificadas no programa, os activos do banco reduziram cerca de 51%, atirando o Rácio de Solvabilidade abaixo dos 10% que são o limite mínimo regulamentar. De acordo com contas feitas pelo Expansão sobre o relatório e contas 2018 do BPC, as necessidades de recapitalização do banco andariam à volta de valores entre os 700 mil milhões Kz e os 900 mil milhões.
Só que, conforme afirmou ao Expansão fonte do banco, o Estado injectou 100 mil milhões Kz no banco em 2019 e a Recredit adquiriu-lhe quase 300 mil milhões Kz em crédito malparado o que, a juntar a outras operações desenvolvidas na instituição, fez baixar as necessidades de recapitalização para valores que rondam os 300 mil milhões Kz. É este, pelo menos, o valor que a instituição deverá solicitar ao Estado quando lhe apresentar o programa de reestruturação exigido pelo Fundo Monetário Internacional. Expansão