Confinada à embarcação, a tripulação tem vindo a alimentar-se de farinha de milho e a beber água da chuva, com fontes do Governo da África do Sul, citadas hoje na imprensa daquele país, a confirmarem contactos com as autoridades angolanas, tentando que seja prestado apoio a estes elementos.
A situação afeta o comandante da embarcação, entretanto internado num hospital local devido a um acidente vascular cerebral, e outros quatro marinheiros de nacionalidade sul-africana, juntamente com um ganês e um queniano.
Num caso que tem merecido interesse crescente, nas últimas horas, na comunicação social da África do Sul, fontes daquele Governo reconhecem que o diferendo com o armador do Bluegate, entre outros problemas, envolve o pagamento de taxas devidas ao Estado angolano.
A Lusa já tentou esta semana recolher uma posição sobre a situação destes marinheiros junto das autoridades locais, na província de Benguela, nomeadamente sobre o tipo de ajuda poderá ser prestada pelo Estado angolano, mas sem sucesso.
Com base nos testemunhos dos familiares dos marinheiros, o Bluegate partiu a 02 de março da África do Sul. Tinha como destino o porto de Lagos, na Nigéria, onde deveria ter chegado no passado dia 23, embora a tripulação tenha alertado o armador, nigeriano, para a insuficiência de mantimentos e combustíveis.
Seguiu-se uma tentativa, frustrada, para abastecer na Namíbia acabando o comandante do barco por desviar o rumo para o porto do Lobito, devido à falta de combustível para continuar a viagem.
Gorada foi também a possibilidade de reabastecimento, em Angola, devido ao desentendimento entre o fornecedor angolano e o armador, pelo que os sete marinheiros ficaram sem qualquer apoio e sem poderem sair do barco, face à falta de autorização legal.
LUSA