Desconhecemos se a medida foi prorrogada, não recebemos nenhuma informação ou despacho e eles continuam na cadeia , disse o advogado.
José Marcos Mavungo, de 52 anos, ativista dos direitos humanos, e Arão Bula Tempo, de 56 anos, advogado e presidente do Conselho Provincial de Cabinda da Ordem dos Advogados de Angola, estão indiciados, mas ainda sem acusação formal, por alegados crimes contra a segurança do Estado.
Anteriormente, Francisco Luemba tinha já admitido como cenário mais realista que o Ministério Público de Cabinda renove o pedido de manutenção da prisão preventiva destes dois elementos, detidos a 14 de março, envolvidos numa manifestação contra a violação dos direitos humanos naquele enclave, que se deveria ter realizado no mesmo dia.
É difícil dizer muito mais, não temos informações e eles ainda não foram ouvidos, o que deveria ter acontecido dentro destes 45 dias , apontou o advogado, acrescentando que esta medida coação pode ser facilmente renovada por igual período, em termos jurídicos.
Também adiantou que o conselho nacional da Ordem dos Advogados de Angola já avançou com um pedido de habeas corpus , para a libertação de Arão Tempo, processo que transitou do tribunal de Cabinda para o Supremo.
Para o dia em que foram detidos estava prevista uma marcha de protesto contra a má governação de Cabinda e a violação dos direitos humanos na província - que acabou por não se realizar -, na organização da qual estavam envolvidos.
Os dois homens já tiveram de ser assistidos num hospital local, por complicações de saúde, mas regressaram entretanto ao estabelecimento prisional, enquanto aguardam o desfecho da investigação em curso.
LUSA