Print this page
Segunda, 06 Novembro 2017 16:05

Cidade do Dundo sem eletricidade há um mês por falta de combustíveis

A cidade do Dundo, capital da província da Lunda Norte, no leste de Angola, está há cerca de um mês sem eletricidade, por falta de combustível, ameaçando paralisar por completo a central térmica local.

A situação, provocada pela alegada falta no fornecimento de combustíveis em quantidade suficiente por parte da Sonangol, com efeitos ao nível de receios pela segurança noturna ou pelas escolas fechadas, vive-se noutros pontos do leste do país e está a ser divulgada, em destaque, pela televisão estatal angolana.

Na Central Térmica do Dundo, que alimenta o fornecimento de eletricidade à capital da província, a escassos quilómetros da fronteira com a República Democrática do Congo, apenas uma das oito turbinas está a funcionar, garantindo o abastecimento de instituições sociais e hospitais, num total de 3 MegaWatts (MW) disponíveis, para necessidade de 15 MW.

"De há um tempo para cá não temos recebido combustível", explicou hoje António Neves, diretor da Central Térmica do Dundo, acrescentando que o gasóleo nos tanques, neste momento, se a unidade estivesse a funcionar em pleno - consumo diário de 80.000 litros - seria suficiente para operar durante "apenas meio dia".

Por esse motivo, a produção está limitada a apenas um grupo gerador, deixando grande parte do Dundo às escuras, com a população a recear o aumento da criminalidade noturna ou por entre as filas para obter combustível para os geradores, por norma no mercado negro, dada a falta que também se verifica nos poucos postos comerciais.

Se a situação não se alterar, António Neves garante que "é previsível" que a operação naquela central venha a parar por completo, tendo em conta os níveis mínimos em que estes tanques e grupos geradores podem funcionar.

As dificuldades foram igualmente confirmadas pelo chefe de divisão de aprovisionamento da empresa pública de Produção de Eletricidade (Prodel) para a região Leste, Paulo Dulce, que explicou que o fornecimento de combustíveis que está a ser feito pela petrolífera estatal Sonangol "não chega para as necessidades", que são de 500.000 litros semanais.

Já as entregas da Sonangol chegam a ser de 120.000 litros, o que não permite a total operação da central.

"A resposta da Sonangol é que não nos dão uma satisfação, a não ser que não têm combustível", disse ainda a responsável, confirmando que a situação afeta outras regiões do leste de Angola.

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) é liderada desde junho de 2016 pela empresária Isabel dos Santos, nomeada para o cargo pelo pai, o então chefe de Estado José Eduardo dos Santos, que entretanto deixou o poder, ao fim de 38 anos, na sequência das eleições gerais de agosto último.

O novo Presidente angolano, João Lourenço, já promoveu entretanto alterações nas administrações das grandes empresas públicas do país, com exceção da Sonangol.

Rate this item
(0 votes)

Latest from Angola 24 Horas

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.