"Acreditamos que a invasão e vandalização tenha decorrido durante a madrugada. Nós só chegamos na manhã e encontramos os nossos escritórios vandalizados", explicou à Lusa o mandatário de candidatura e membro da Ajudem, Zefanias Langa.
A Lusa contactou o porta-voz da Polícia da República de Moçambique na cidade de Maputo, Leonel Muchina, que garantiu que as autoridades já estão a investigar o caso e oportunamente haverá um pronunciamento.
Para Zefanias Langa, é prematuro associar a vandalização das instalações da Ajudem a "questões políticas", considerando, no entanto, estranho o facto de o grupo que invadiu as instalações não ter furtado objetos valiosos.
"Eles apenas levaram documentos da tesouraria e a caderneta de cheques da instituição, deixando os computadores e outros aparelhos. Temos a impressão de que queriam alguma coisa", avançou Zefanias Langa, que denuncia que os membros da organização têm vindo a ser ameaçados.
A Ajudem decidiu apoiar Samora Machel Júnior, após sua candidatura para autarca de Maputo nas eleições internas da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, ser rejeitada por razões até agora desconhecidas.
O filho de Machel recorreu à Comissão Política da Frelimo, mas o órgão nunca se pronunciou e o processo encerrou com a eleição de Eneas Comiche para candidato do partido no poder a autarca da capital.
A candidatura de Samora Machel Júnior está em risco, após quatro integrantes da lista da Ajudem requererem à Comissão Nacional de Eleições a sua retirada da lista, alegando que foram adicionados contra a sua vontade.
Samora Machel Júnior nasceu do casamento entre Samora e Josina Machel, ainda no tempo da luta de libertação nacional. Josina Machel morreu em 1971, tendo Samora Machel casado com Graça Machel.
Samora Machel foi o primeiro Presidente moçambicano pós-independência, entre 1975 e 1986, ano da sua morte.