Quinta, 25 de Abril de 2024
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Terça, 04 Fevereiro 2014 09:47

Truques da Procuradora para manter Jornalista Chiluvia na Cadeia

Apesar das  iniciativas havidas desta segunda-feira, que incluem contactos junto dalguns parlamentares,  da direcção da policia nacional, alem  da  própria  iniciativa do advogado Africano Cangombe para tomar contacto com o seu constituinte, o que não foi permitido, as entidades judiciais preferiram uma vez mais, obedecer a estratégia da maximização  do  castigo, pelo uso do  caminho mais longo. Ou seja mantendo  na cadeia o jornalista e director-adjunto da rádio Despertar, detido no domingo passado.

Acusado de Crime de Difamação, por ter reportado sobre maus tratos na cadeia da Divisão da policia em Cacuaco, a Procuradora municipal proferiu ontem o despacho que determinou a permanência na cadeia do jornalista Queirós Chilúvia,  para  melhor instrução do processo.

Quer dizer, ao lugar da liberdade, que podia ser até condicional, não se tratando dum  crime de “pena maior” portanto, sem perigosidade alguma do suposto autor, a  (in)justiça voltou a imperar neste caso.

Talvez na quarta-feira se resolva o problema e se vier a ser  presente ao tribunal como mera formalidade,  será absolvido, mas nada reparará o tempo perdido.

Na verdade,  na presente ordem social reinante em Angola,  a polícia incapaz de lograr castigos maiores sobre  detidos, o que seria conseguido mediante  efectiva produção de prova material e melhor fundamentação de argumentos  em tribunal,  explora milimetricamente á seu benefício todas as deficiências administrativas na justiça penal (falta de transporte, falta de papel, baixos salários, para citar apenas alguns exemplos) será “a grande vencedora”  neste caso Queirós Chiluvia.

Do ponto de vista psicológico, naturalmente que o jornalista poderá sair tocado da contenda. Se assim for, a grande perdedora pode vir a ser a sociedade no geral.

O pretexto da “insuficiência processual” que levou a Procuradora a decidir por manter Chiluvia na cadeia não passa disso mesmo: um pretexto apenas, ao qual nos habituaram os magistrados públicos, que estão do lado da vontade dos políticos, à legalidade. Vem sendo assim com os jovens do movimento revolucionário. Neste caso não diferiu. Sempre que foram  detidos ao sábado, permaneceram ao longo no fim-de-semana e foram absolvidos no decurso da semana.

Chiluvia foi detido no domingo ao caír do dia quando procurava apurar do lado da polícia dados que tinha recolhido sobre  os  maus  tratos de que são sujeitos os  presos nas esquadras do município de Cacuaco, tarefa perfeitamente normal numa sociedade democrática.

Temos que aceitar porém que não é ainda o caso de Angola,  o país que assinala 53 anos, desde que na versão do partido no poder teve  início a luta armada  contra a repressão colonial.

Por incrível que pareça, em sem medo de errar, em 2014 os métodos de administração que são utilizados, continuam a não diferir dos métodos usados no  tempo colonial, onde a pluralidade e diversidade são combatidas, quer através da  repressão directa ou por via de sofisticados  meios de exclusão económica ou social.

Misa-Angola

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