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Terça, 07 Novembro 2017 18:25

Demissão de Carlos Panzo mostra que João Lourenço está pronto para agir - Economist

A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que a demissão do secretário para os Assuntos Económicos, Carlos Panzo, mostra que o novo Presidente de Angola, João Lourenço, "está preparado para agir", ao contrário do seu antecessor, José Eduardo dos Santos.

"A decisão de remover este responsável, apesar de ser um embaraço para o novo Presidente, indica que João Lourenço está preparado para agir contra alegações de corrupção, em contraste com o seu antecessor, que não fez nada contra os seus colaboradores ou ministros quando enfrentavam acusações criminais no estrangeiro", diz a EIU.

Numa análise à demissão de Panzo, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da revista britânica The Economist consideram que a "investigação é um embaraço para o novo Presidente, que se comprometeu publicamente com o combate à corrupção dentro do Governo".

Carlos Aires da Fonseca Panzo foi exonerado do cargo através de decreto assinado por João Lourenço, que nomeou, em sua substituição, para secretário para os Assuntos Económicos do chefe de Estado Ricardo Viegas de Abreu, que até agora liderava o estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC).

Praticamente em simultâneo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana divulgou, em comunicado, que tem em curso um "inquérito para apuramento de uma denúncia sobre factos penalmente puníveis", nos termos do direito internacional, contra o mesmo cidadão nacional, Carlos Panzo, aberto pelo Ministério Público.

Embora sem adiantar mais pormenores sobre o tipo de denúncia, o comunicado refere que a mesma surgiu do Ministério Público suíço, a partir de um processo iniciado a 05 de março de 2017, visando Carlos Panzo.

De acordo com a PGR, "as informações recebidas não podem, por si só, servir de prova", tendo em conta o ordenamento jurídico angolano, mas "foi instaurado um inquérito" para "apuramento da verdade material dos factos".

"Consequentemente, irá endereçar à autoridade denunciante [Ministério Público da Suíça] um pedido de assistência judiciária internacional", ao abrigo da Lei da Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal.

Além de outras funções na área das Finanças em Angola, Carlos Panzo foi nomeado, em dezembro de 2016, pelo então chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, para administrador-executivo do estatal Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

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