Quinta, 18 de Abril de 2024
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Sábado, 04 Novembro 2017 08:38

Vizinha reclama contra poluição sonora é morta por Oficial da Polícia Nacional

O porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional anunciou ontem que o suspeito do disparo que matou quinta-feira à noite, no bairro Popular, a cidadã Maria Pereira, de 54 anos, já se encontra detido.

De acordo com o intendente Mateus Rodrigues, o suspeito do disparo é o intendente do Serviço de Investigação Criminal (SIC) identificado por “Dedé”.   

Pedro Pereira, esposo da vítima, revelou que tudo começou quando o seu filho, Jair Pereira, e alguns amigos foram pedir aos moradores de uma discoteca-pensão para baixarem o volume do som, que não deixava ninguém dormir. 

Em resposta, os moradores dessa discoteca-pensão, quase todos provenientes da República Democrática do Congo (RDC), não gostaram nada da advertência e partiram para a violência contra Jair Pereira e amigos.

Pedro Pereira conta ainda que, com a protecção do intendente Dedé, suposto proprietário da discoteca-pensão, o filho e os amigos, depois de brutalmente agredidos, foram retidos no quintal dessa casa.  

A mãe de Jair Pereira e alguns vizinhos, ao tomarem conhecimento que os jovens tinham sido trancados no quintal, foram para a tal discoteca-pensão exigir que fossem libertados. Dedé, o oficial do Serviço de Investigação Criminal, que se encontrava no local, pegou na pistola e disparou à queima-roupa contra a vítima na região do coração. Maria Pereira teve morte imediata.

Pedro Pereira reafirmou que essa discoteca-pensão é frequentada por cidadãos do Congo Democrático e faz barulho 24 horas por dia. Para agravar a situação, nas imediações há uma suposta seita religiosa, denominada Hospital da Fé, que também produz muito barulho, principalmente aos domingos.

Participações à Polícia

Pedro Pereira disse que já fizeram várias diligências junto do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional no sentido de encerrar a casa nocturna, mas nunca tiveram sucesso.

A música alta e outras imoralidades, como prostituição e venda de droga, nunca pararam.

No dia 10 de Maio, disse, 20 moradores dessa área do bairro Popular, que fica muito perto de um quartel da Força Aérea Nacional, fizeram chegar um abaixo-assinado ao Comando Provincial da Polícia Nacional na pessoa do subinspector Mário, em representação do comissário-chefe António Maria Sita.

“Falamos sobre esse barulho, da delinquência no parque infantil Augusto Ngangula, da prostituição nessa residência, da proliferação de estrangeiros no bairro, bem como sobre as igrejas ilegais como o Hospital da Fé e entregamos inclusive fotografias, mas as coisas continuam na mesma”, disse.

Jornal de Angola

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