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Quarta, 21 Setembro 2016 14:13

O Antídoto para o golpe suave

Meses atrás, pude acompanhar as linhas pelas quais se cosem um golpe suave, é caso para dizer que foi uma acção quase perfeita. Um governo de um país da América do sul, que por sinal é um país amigo de Angola e se não estou em erro foi o primeiro país ao nível mundial em reconhecer a independência de Angola. Este governo foi alvo de um golpe suave, e de todos golpes que ocorreram ao nível mundial nestes últimos dez anos, está foi a "melhor", pois foi bem elaborada, projectada e executada, e não seria nada exagero afirmar-se que é uma "obra-prima". 

Por Manuel Tandu

Mas há uma questão que se deve colocar, que é a seguinte: Quem dá o golpe suave? 

Primeiramente urge enunciar o conceito mais possível para um golpe suave. O golpe suave pode ser ou é a destituição de um governo sem recorrer-se a força Militar. Mas o mecanismo usado para se desencadear esta acção é a "desinformação", está "desinformação" provoca convulsões sociais. Mas esta convulsão social é controlada a ponto de não desencadear uma instabilidade, quer dizer, faz-se manifestação e os participantes regressam em casa para dia seguinte retornar a manifestação, e podem programar outras manifestações  para realizarem-se em outras semanas e outras cidades,  mas o objetivo não é criar caos e nem provocar uma guerra, mas é "diabolizar" o governo alvo ou "desacreditar-lhe" perante a comunidade Internacional e Nacional. O efeito desta "diabolização" pode ser imediato, a curto prazo, a médio prazo ou longo prazo. 

Então quem dá o golpe suave? Quem dá o golpe suave é o próprio governo que é alvo do golpe suave, como é possível um governo dar-se a si próprio um golpe suave, primeiramente importa mencionar regiões com potencialidades de ocorrerem esta prática, temos região da América Latina e do sul, a África e alguns países Asiáticos. Estes países têm instituições frágeis e uma população duas vezes mais fácil de ser "manipulada" devido o problema da exclusão social, da pobreza, da educação, etc. 

Estes governos ao longo dos mandatos, não fortalecem as instituições, não materializam os anseios do povo e criam um fosso enorme entre os ricos e pobres ou a maioria dos cidadãos vivem na miséria. Estes erros são na verdade os elementos que tornam possível a materialização do golpe suave, por outras palavras estes governos constroem a arma (golpe suave) e uns só disparam a arma (golpe suave) criada pelos respectivos governos. 

Esta fundamentação visa provar que na realidade o golpe suave é uma obra-prima dos respectivos governos. Uma outra prova que leva-me a está conclusão é que países destas regiões citadas são as que tem maior crescimento econômico, ora o crescimento econômico não é sinónimo de melhoria das condições de vida das populações. Quer dizer, são países com crescimento econômico de "invejar" mas elas são subdesenvolvidas. 

Será que esta acção ou golpe chega a ser suave? Num plano podemos lhe considerar suave pois não envolve forças militares, paramilitares e não cria uma guerra, mas noutro plano ele não é suave pôs toca no âmago das pessoas que são o alvo desta acção, um dos exemplos claro, foi ver uma ex-presidenta chorar ao público, embora cada um é livre de fazer uma interpretação do choro desta ex-presidenta. Mas eu vi alguém destroçada e inconformada, um facto muito importante é o patriotismo que está cidadã tem pelo seu país, pois em função do golpe suave que "foi alvo", não mergulhou o país numa guerra. Ela simplesmente encarregou o tempo de provar quem é quem. 

Então qual é o antídoto para o golpe suave. O antídoto para o golpe suave, se resume em materializar o seguinte princípio: "o mais importante é resolver os problemas do povo". Esta visão de governar embora ela tivesse sido enunciado num contexto do comunismo, onde o cidadão não era participe na resolução dos seus problemas, pois o estado na resolução dos problemas do povo, ele se encarregava de resolver sem o consentimento do cidadão ou apresentava "papás feitas ao povo". Num governo democrático o princípio: "o mais importante é resolver os problemas do povo", não cai por terra ou não se torna desadequada ao contexto, mais ela é tão presente e actual ao contexto,  agora como na democracia há a participação do cidadão na resolução dos seus problemas, então se deve incluir o cidadão para ser ele o decisório de como o governo deve resolver  problemas da sociedade.  Pois numa economia planificada o princípio: "o mais importante é resolver os problemas do povo", tem uma interpretação e execução baseando-se neste contexto, já  na economia do mercado o mesmo princípio tem uma interpretação e execução baseando-se neste contexto. 

Esta directiva ou princípio, embora foi projectada no contexto Angolano, mas pode ser estendida até a outros países, pois a resolução dos problemas dum povo é a função primordial de um governo, Este é um desafio que países subdesenvolvidos até agora não conseguem materializar, mas estes países tem ou possuem na sua maioria governos sustentados com partidos de esquerda. Partindo do princípio que os partidos de esquerda, têm políticas com a finalidade de se criar boas condições de trabalho e de remuneração para a classe dos trabalhadores, dar soluções para os problemas do povo ou defendem uma sociedade mais equilibrada, etc. Porquê estes governos não materializar estes propósitos? A resposta é simples, é que há um desvirtuamento da parte destes partidos políticos no que concerne a um elemento fundamental dum partido político que é o espectro político, quer dizer se assumem como partidos políticos de esquerda mas na realidade elas estão mais próximos ou são "partidos de direita". Quer dizer, "se esquecem", que um partido político de esquerda a sua essência é resolver os problemas do povo. Porque o espectro político de esquerda é criado em França no ano de 1789, com o objetivo de resolver os problemas do povo, pois os abastados que eram os defensores da monarquia e a própria monarquia asfixiavam o povo, segundo a Wikipédia. 

Então devemos nos perguntar porque é que em países desenvolvidos nos últimos dez anos não ocorreram golpes suaves? Porque os países subdesenvolvidos estão mais propensas a golpes suaves ou a  outros tipos de golpes? A diferença entre estes países é que, enquanto em uns há a resolução dos problemas do povo numa porcentagem elevada noutros países a resolução dos problemas do povo está muito abaixo do desejado e há um fosso enorme entre os abastados e os pobres, e a esmagadora maioria dos cidadãos como são asfixiados pelas políticas dos presumíveis partidos políticos de esquerda, então não encontram outra solução para contrapor esta situação, se não destituir estes governos, mas não chegam a este ponto, por iniciativa própria, mais estes governos em função das políticas que implementam elas elaboram, obrigam, incentivam, promovem, executam, etc. O golpe suave. 

Em suma o problema não está no povo, está nos governos que são sustentados pelos partidos políticos de esquerda, pois não se assumem como tal. Por isso o antídoto para o golpe suave resume-se no seguinte, os governos sustentados pelos partidos políticos de esquerda devem se assumirem de facto como de esquerda e materializar as políticas de esquerda, e não "bombardear" o povo com discursos bonitos, apelativos, etc. Mas tudo fica aí no papel e não chega a sair do papel. Está atitude dos governos, é dar-se a si próprios, o golpe suave. 

 

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