António Fortunato, que falava à rádio estatal angolana, disse que as cadeias novas não têm o conjunto de condições de segurança, nomeadamente os três grandes níveis de muros de segurança, segundo as normas das cadeias.
"Temos as cadeias mais antigas, as chamadas comarcas, e elas representam índices de segurança objetivos, os muros, as vedações, mais impeditivas da sua transposição, ou seja, as cadeias antigas são de difícil transposição", explicou.
Face à falta de condições físicas de segurança, os serviços prisionais têm optado pela "segurança subjetiva, em que o homem é um elemento fundamental", sublinhou.
Neste sentido, o responsável defendeu melhores condições de trabalho e sociais para os guardas prisionais, com vista a permitir que seja feito "de modo motivado o seu trabalho, para que a segurança seja mais aperfeiçoada".
O diretor dos Serviços Prisionais de Angola admitiu o envolvimento de guardas prisionais em situações de evasão de reclusos, salientando que têm sido punidos os infratores e também desenvolvido um conjunto de normas para desmotivar a prática.
De acordo com António Fortunato, Angola tem uma população prisional de cerca de 23 mil reclusos, dos quais 12 mil são condenados.
A sobrelotação das cadeias é um problema que tem sido minimizado com a transferência de reclusos para estabelecimentos penitenciários do país, com condições para atividade agrícola, agropecuária e indústria.
Em finais de janeiro deste ano, mais de 150 reclusos evadiram-se de um estabelecimento prisional na província angolana de Cabinda, tendo ao fim de alguns dias sido recapturados.
O inquérito à fuga dos 151 reclusos da cadeia do Yabi concluiu que a "grave" falta de observância das regras e procedimentos de segurança naquele estabelecimento foi a causa da evasão.
LUSA