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Quarta, 11 Março 2015 21:41

UNITA ameaça José Eduardo dos Santos caso não respeite a Constituição

Em Angola, a UNITA apela ao Presidente José Eduardo dos Santos a respeitar a Constituição e a buscar consensos na aprovação da nova lei do registo eleitoral. Caso contrário poderá enfrentar uma insurreição popular.

Termina nesta quarta-feira (11.03) as quintas jornadas parlamentares da UNITA, a União Nacional Para Idependência Total de Angola. O encontro decorre em Benguela desde segunda-feira (09.03) com os olhos virados para a transparência eleitoral.

De acordo com o líder da bancada parlamentar do maior partido na oposição, a escolha do tema visa refletir sobre uma legislação eleitoral que poderá por em causa a estabilidade do país e que está a ser imposta pelo MPLA, o partido no poder.

Raúl Danda quer um escrutínio transparente: "Pretendemos nós, UNITA, que quem ganhe as eleições que as ganhe com transparência e lisura e quem as perca reconheça no vencedor a legitimação do voto justo e transparente do povo. Sem engenharias eleitorais suscetíveis de perigar a estabilidade do nosso país."

UNITA lembra revoltas em África

E como a falta de transparência eleitoral tem sido a principal causa do derrube de vários governos em Africa, o líder da bancada parlamentar da UNITA, Raúl Danda, pede ao Presidente José Eduardo dos Santos que respeite a Constituiçao do país e que busque consensos na aprovação da nova lei do registo eleitoral sob pena do seu regime vir a cair na rua através duma insurreição popular.

Raúl Danda lista exemplos no continente africano: "Os tumultos que têm estado a surgir em muitos países africanos devem-se ao facto de, ou assunção ilegítima do poder, ou de usurpação de poder ou ainda de exercício abusivo desse poder violando os marcos definidos pelas constituições. Foi assim na Guiné-Bissau, Costa do Marfim e Burkina Faso, tem sido assim em Moçambique, foi muito recentemente assim na vizinha República Democrática do Congo quando o Presidente Joseph kabila ensaiou um falso passo de mudar a ordem constitucional para se eternizar no poder. O povo congolês saiu a rua a dizer "não queremos que esse tipo de coisa ocorrra no nosso país", razão pela qual lançamos este apelo veemente para que Angola conheça eleições transparentes agora e já."

Angolanos no exterior exigem direito a voto, mas não são ouvidos

Enquanto os deputados da UNITA debatem a transparência nas eleições, em Luanda, uma delegação de emigrantes angolanos entregava ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias Dos Santos “Nando”, uma petição com mais de duas mil assinaturas onde exigem a alteração da lei do registo eleitoral para que a diáspora possa votar nas eleições de 2017.

Francisco Texeira falou em nome dos cidadãos angolanos no estrangeiro: "Esta é a primeira marcha de um processo que visa o Governo angolano a fazer um exame de consciência e patriótico e rever a Constituição para que todos angolanos se sintam filhos de Angola."

Em conferência de imprensa realizada nesta terça-feira (10.03) os representantes dos angolanos na diáspora anunciaram ainda que têm igualmente mantido encontros com vários partidos na oposição e organizações da sociedade civil, mas lamentaram o facto do partido no poder não os ter recebido: "Aproveitamos para lamentar o facto de o vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, não nos ter recebido e ouvido, mesmo depois de nos ter colocado em espera durante toda a tarde do dia 4 de março de 2015."

DW Africa

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