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Quarta, 07 Março 2018 11:20

Casos de burla crescem na província de Luanda

Os casos de burla em Luanda continuam a tirar o sono a muitos cidadãos distraídos que se deixam levar pelo “conto do vigário", com promessas vãs de empregos, valores financeiros e materiais, entre outros golpes, não obstante as denúncias e alertas que  ecoam pelos quatro cantos da cidade e quiçá do país.

Todos os dias ouvimos, através dos órgãos de informação, denúncias e  inúmeros depoimentos de vítimas de burlões e também os alertas incessantes da Polícia Nacional, para a necessidade das pessoas estarem mais atentas às manobras dos burlões, por mudarem constantemente de táctica.

Parece que quanto mais o grito ecoa, mais os burlões aperfeiçoam as engenhocas e artimanhas para atrair presas mais fáceis, e conseguir arrancar uns tostões sem grandes sacrifícios.

Os burladores não se sentem inibidos, pelo contrário,  crescente é a taxa de cidadãos nacionais e estrangeiros que se envolvem nesta prática criminal, aproveitam-se do desespero e distracções dos menos avisados, para somar de forma assustadora a prática que atingiu altos índices.

O Jornal de Angola contactou o porta-voz da direcção provincial de Luanda do Ministério do Interior, intendente Mateus Rodrigues, que disse serem muitos os casos de burla na capital angolana.

De Janeiro a 15 de Dezembro do ano que findou, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) registou 1.096 casos de burla, na província de Luanda, 44 dos quais já foram julgados.

Trazemos a público o testemunho do jovem Manuel Aniceto, vítima recente de um burlador que o contactou através de telemóvel identificando-se como funcionário de uma instituição bancária.

O alegado bancário depois de identificar, disse a Manuel Aniceto que o banco estava a realizar um inquérito para medir o nível de satisfação ou de insatisfação dos seus clientes, daí, a razão do telefonema. O jovem preferiu não interromper o indivíduo que estava do outro lado da linha, porque estava curioso para saber até onde o alegado bancário ia levar a conversa para “boi dormir”. Manuel Aniceto nunca teve conta no banco para o qual o indivíduo dizia trabalhar.

O falso bancário era “bom de lábia” e falava com desenvoltura, um estilo que é próprio dos burlões, por isso enganam até pessoas avisadas. Todavia, Manuel Aniceto não foi na lábia do indivíduo, não só por não ser titular de uma conta bancária no banco mencionado pelo falsário, mas também por achar que era um procedimento incorrecto um banco ligar para si e perguntar-lhe, por exemplo, o número da sua conta bancária e outros dados pessoais. Era, assim pensava, despropositado. 

O jovem decidiu interromper a conversa, disse que não era titular de nenhuma conta bancária. Ainda assim, o indivíduo não ficou embaraçado, prosseguiu a conversa talvez por achar que tinha encontrado mais uma presa fácil e distraída.

Manuel Aniceto, sempre calmo e de forma pausada, disse ao indivíduo  que ligou para o número errado e por essa razão, que não voltasse a ligar e de seguida desligou-lhe o telefone.

O que mais chamou à atenção de Manuel Aniceto, foi a hora em que recebeu o telefonema, depois das 17 horas, que não é habitual para contactos administrativos. O jovem alerta à necessidade das pessoas estarem vigilantes, fazendo sempre alusão ao provérbio “seguro morreu de velho”. JA

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