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Terça, 28 Novembro 2017 11:58

General António Francisco de Andrade nega acção nos EUA

O general das Forças Armadas Angolanas (FAA) na reserva António Francisco de Andrade negou o seu envolvimento e dos filhos Miguel e Natacha Andrade na acção judicial num tribunal dos Estados Unidos da América interposta pela empresa norte-americana Africa Growth Corporation (AGC), por alegado roubo de 55 milhões de dólares à empresa estrangeira, com quem supostamente tinha sociedade num negócio de construção de imóveis.

Segundo uma nota dirigida ao Jornal de Angola para esclarecer  informações divulgadas pelo procurador-geral da República, João Maria de Sousa, na conferência de imprensa realizada na sexta-feira, em Luanda, o general afirma que “a família, em que se destaca a procuradora Natacha Andrade, não tem e nunca teve negócios com  empresa americana”.

 A sua família, escreveu o general, teve conhecimento da acção judicial por via das redes sociais, não tendo até à data presente  recebido nenhuma notificação proveniente de qualquer órgão competente nesta matéria quer de Angola, quer dos Estados Unidos da América.

 António Francisco de Andrade confirmou a existência de um diferendo entre a sua família e os antigos sócios nas sociedades BLOX Construções, SA e Angola Property Group, AG, envolvendo o cidadão de nacionalidade americana e irlandesa Christopher Sugrue e o israelita Omer Gal, no período de 2008 a 2015.

 O general explica que, na sequência da ruptura desta parceria e em resposta às acções ilegais perpetradas pelo cidadão americano Christopher Sugrue, coadjuvado pelos seus supostos representantes em Angola,  a sua família fez três queixas à Procuradoria-Geral da República, junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e à Polícia Económica, nos dias 14 de Agosto, 27 de Setembro e 27 de Outubro deste ano, a solicitar a intervenção das autoridades para a devida averiguação dos factos.      

 Até ao momento, o general disse que não obtiveram nenhuma reacção das autoridades ou indicação de que os assuntos estejam a ser tratados, o que lamenta profundamente. O diferendo entre a sua família e os antigos sócios, reafirmou, é estritamente de âmbito comercial e privado, razão pela qual não envolve de forma alguma o Estado angolano, nem o procurador-geral da República, João Maria de Sousa, ou qualquer outra entidade nacional.  

 António Francisco de Andrade questiona a real motivação que levou o procurador-geral da República, João Maria de Sousa, a colocar em causa, publicamente, o bom nome, honra e dignidade dele e da sua família, quando dispõe de mecanismos legais que lhe permitem fazer previamente as devidas averiguações e dar tratamento de forma competente, profissional e isenta ao assunto.

 O general reprova a atitude do procurador-geral da República de expor publicamente a sua filha, a procuradora Natacha Andrade, um quadro da instituição há 11 anos, por constituir uma violação aos princípios e regras a que estão submetidos todos os magistrados do Ministério Público, e pelo facto de ela estar ausente do país, devidamente autorizada, e não ter sido ouvida.

 O processo disciplinar contra a magistrada, por supostas violações ao uso das suas competências, instaurado pelo Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, foi baseado num artigo publicado no site Maka Angola há três meses, segundo o general, que manifestou o seu “total repúdio” pela atitude assumida pelo procurador-geral da República.

“Afirmamos a nossa total determinação em defender todos os nossos direitos como cidadãos desta República, assim como tudo faremos para preservar a nossa reputação e o bom nome, face aos actos  difamatórios de que vimos sendo alvo, por alegados investidores estrangeiros e apoiados por cidadãos angolanos, cuja integridade moral e reputação são amplamente questionáveis”, declarou o general António Francisco de Andrade.

 Aos representantes da empresa Africa Growth Corporation aconselha a recorrer aos tribunais nacionais para apresentarem os seus argumentos de forma responsável e no respeito da ética e deontologia profissionais, bem como a cessarem todo tipo de acção contra o bom nome e reputação das pessoas envolvidas.

Procurador-geral da República confirma processo em tribunal

O procurador-geral da República, João Maria de Sousa, desmentiu recentemente o envolvimento do Estado angolano, através da Procuradoria Geral da República (PGR) e do Governo da Província de Luanda, na acção intentada pela empresa Africa Growth Corporation (AGC), no Tribunal do Distrito de Columbia dos Estados Unidos da América, no dia 15 de Novembro, por alegado roubo de 55 milhões de dólares pelo general na reserva António Andrade e dois filhos, com quem tinha sociedade num negócio de construção de imóveis.

Em declarações à imprensa, João Maria de Sousa, que esclareceu vários casos mediáticos, disse que as duas instituições nacionais, incluindo o próprio procurador, não têm nada a ver com o caso, uma vez que apenas tiveram conhecimento há três dias, a partir de uma notícia divulgada pelo portal Maka Angola, em que a empresa americana acusa as autoridades angolanas de terem dado cobertura ao general para impedi-la de recuperar o seu dinheiro.

Na verdade, segundo o procurador-geral,  trata-se de um diferendo entre sócios, que nada tem a ver com o Estado, por se tratar de um acto da sua vida privada.  João Maria de Sousa disse que a PGR soube que a  empresa com sede nos EUA intentou um acção contra o general na reserva António Andrade e dois filhos, entre os quais a procuradora Natacha de Andrade, e estes, por sua vez, iniciaram um outro processo crime contra a empresa junto do Serviço de Investigação Criminal. Natacha de Andrade emitiu um mandado de captura internacional e de interdição, dirigido ao Serviço de Migração  e Estrangeiros. Jornal de Angola

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