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Quarta, 08 Novembro 2017 16:35

Activistas de Cabinda "não dão crédito" a João Lourenço

Activistas da Associação Cultural e dos Direitos Humanos de Cabinda consideram que o facto de João Lourenço ter levado a reunião do Conselho de Ministros para a província serve apenas para distrair os menos atentos.

Arão Tempo e Alexandre Cuanga dizem que, enquanto o Presidente da República não se sentar com os verdadeiros defensores dos direitos do povo, a situação de Cabinda, que se resume em perseguição, opressão e pobreza extrema, vai continuar.

Tempo, advogado e activista dos direitos humanos de Cabinda, considera que enquanto não houver uma verdadeira abertura do regime do MPLA para com os activistas, de nada vai adiantar fazer reunião do Governo em Cabinda.

"Acho que é uma ofensa ao povo de Cabinda porque sé mexem nas estradas porque o Conselho de Ministros veio aqui, 42 anos depois a pobreza do povo continua, não há nenhuma estrutura económica para tirar as pessoas desta situação”, acrescenta Tempo, anunciando “uma marcha a 10 de Dezembro para manifestar o descontentamento para com esse regime".

Arão Tempo diz que Lourenço devia “educar patrioticamente os seus militares e policias em Cabinda para acabar com a perseguição, repressão ao povo, ao Sinse para deixar a casa dos activistas em paz, nós não estamos interessados nisso, queremos apenas comer e beber, viver em paz como angolanos e desfrutar das riquezas se Cabinda".

Por seu lado, Alexandre Cuanga, coordenador da Associação Cultural e dos Direitos Humanos de Cabinda, confirma a marcha para o próximo dia 10 de Dezembro e lembra que Joao Lourenço tem um passivo a acertar com o povo de Cabinda.

"O povo de Cabinda ainda tem mágoa de Joao Lourenco por ter sido ele quem impediu a construção do porto internacional em Cabinda dizendo que se construir esse porto seria dar a independência aos cabindas, como é que nés vamos confiar numa pessoa assim que hoje é Presidente, nós não temos nenhuma ilusão porque Joao Lourenço é do MPLA e quem governa o país é o MPLA, continua o desemprego aqui a pobreza, etc.", conclui Cuanga.

Lourenço diz que Cabinda é prioridade

Ao Em Cabinda,  João Lourenço disse que acompanhará, pessoalmente, todos os projetos de e para a província, com vista à reversão do quadro atual da região.

Durante a sua primeira sessão ordinária, a Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou o memorando sobre o ponto de situação dos projetos de subordinação central e local constantes do Programa de Investimento Público de 2017, para a província de Cabinda.

A comissão recomendou, em função dos constrangimentos identificados, a continuação da sua execução, bem como o reforço dos mecanismos de fiscalização e monitorização.

Foi igualmente apreciada a proposta do programa de investimento público/2018, para a província de Cabinda.

Governo vai subsidiar ligações aéreas

A Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou outro memorando sobre as tarifas de transportes aéreos na rota de Cabinda, documento que visa a atribuição de um subsídio direto ao preço da tarifa aérea na referida rota, mediante subvenção, pelo Estado, dos custos dos bilhetes de passagem na classe económica, nos voos de e para Cabinda.

Ao abrir a reunião, o Presidente da República anunciou a intenção do Executivo de realizar reuniões da comissão económica fora de Luanda, para tomar contacto directo com os problemas vividos pelas populações nas províncias. (VOA)

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