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Quinta, 26 Outubro 2017 19:00

PCA da Simportex acusado de “cabritismo”

Empresários do sector acusam o tenente-general Pizarro de estar a defraudar e perverter o negócio de fornecimento de víveres para as Forças Armadas Angolanas

Empresários que actuavam na rede de distribuição de alimentos para as Forças Armadas Angolanas (FAA) denunciaram ao Correio Angolense que o PCA da Simportex, tenente-general Pizarro, tem favorecido, por adjudicação directa, a empresa CAMARUF, de um empresário libanês de nome Fidel, tido também por testa de ferro do general Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, chefe da Casa de Segurança da presidência angolana durante o mandato de José Eduardo dos Santos.

Pizarro chegou ao topo da Simportex pelas mãos do general Kopelipa e este rapidamente o terá instruído a abdicar das demais empresas que forneciam alimentos às FAA, passando apenas a contar com os serviços da CAMARUF, na base de um contrato que tem resultado em rendimentos chorudos para um restrito grupo de altos oficiais das FAA, em que se incluem os dois generais.

Ainda de acordo com tais denúncias, para supostamente organizar e auditar as estranhas contas da Simportex, o tenente-general Pizarro recorreu à consultora GB, do economista Galvão Branco, igualmente ao arrepio das normas, isto é, sem ter recorrido a qualquer concurso publico. A GB “limpa” mensalmente a nada módica quantia de cinco milhões de kwanzas mês, sem na realidade prestar qualquer tipo de serviço contabilístico, que é todo feito por funcionários da Simportex, que são depois obrigados a imprimir o resultado do seu labor em folhas timbradas da GB.

A situação reinante na Simportex está a causar enorme descontentamento no seio dos funcionários da empresa, que alegam que a avultada soma paga mensalmente à consultora GB é depois repartida pelo restrito grupo liderado por Pizarro. Se parte desse montante tem origem em fundos do Estado, o grosso provém do fornecimento precário de alimentos realizado pela CAMARUF, do libanês Fidel.

Antes da chegada do tenente-general Pizarro aos comandos da Simportex, dez empresas intervinham no abastecimento de víveres às FAA, o que permitia a diversificação da dieta alimentar e do fornecimento de medicamentos, factores muito importantes no desempenho da tropa. Contudo, depois que o empresário libanês da CAMARUF ficou com o monopólio do negócio, o serviço da Simportex entrou em degenerescência: falta alimentação e medicamentos nos vários ramos das FAA, inclusive na Unidade de Guarda Presidencial.

Entretanto, no âmbito do slogan “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, os trabalhadores da Simportex pedem ao novo Presidente da República que ordene uma profunda intervenção na empresa para o seu saneamento, criando-se uma comissão de sindicância. Lembram que este dossiê foi já esteve nas mãos de João Lourenço ainda nas vestes de ministro da Defesa. Na ocasião, João Lourenço terá ordenado um inquérito à Simportex, mas o tenente-general Pizarro escusou-se a acatar a ordem, por gozar da protecção do todo-poderoso chefe da Casa de Segurança do ex-presidente, general Kopelipa. (CA)

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