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Quinta, 29 Setembro 2016 16:20

Português raptado em Luanda conta momentos de terror e felicidade da libertação

O português que esteve mais de três dias raptado em Luanda, sob ameaça de morte e com um pedido de pagamento de um resgate de três milhões de dólares, contou momentos de terror que viveu durante o cativeiro.

Os testemunhos surgem em imagens recolhidas pela Polícia Nacional, cedidas esta quinta-feira à agência Lusa e recolhidas na casa nos arredores de Luanda onde o português e um cabo-verdiano estiveram vários dias fechados, num quarto escuro, mas também dos momentos seguintes à libertação, com o próprio ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, a reconfortar as vítimas.

A primeira acção dos meliantes teve lugar nas imediações da estalagem, onde foi vítima o cidadão de dupla nacionalidade, indiano e cabo-verdiana, Akbar Nadar, quando saía do seu estabelecimento, depois de ter sido acompanhado minuciosamente a rotina da vítima, e na sua retirada para o carro, surgiram fortemente armados, 3 indivíduos, a bordo de uma viatura de marca Hiace, que sob forte ameaça, retiraram a vítima e levaram-no para uma residência em Viana.

A vítima confessa não ver para onde foi levado, nem havia condições para ver o trajecto, uma vez que foi amarrado e quase sufocado "Eu só sei que depois de algum tempo chegamos numa residência, colocaram-me de pé num quarto e bateram-me muito na cabeça, com armas, enquanto me pediam dinheiro, tendo como ponte a família. Estou encantado pelo excelente trabalho da polícia em conseguir chegar até ao esconderijo. Eu já não tinha esperança de vida, estou orgulhoso da polícia angolana pelo trabalho, nem tenho palavras, muito obrigado" desabafou a vítima já depois de ver a luz do dia ao lado da Polícia. 

Mas as acções de rapto deste grupo não ficaram por aí. Sedentos de dinheiros e imbuídos no espírito de enriquecimento fácil, a qualquer custo, foram ao encalço de outra vítima, tratando - se do cidadão de Nacionalidade portuguesa que atende pelo nome de António Cruz. Segundo o depoimento da vítima à PN, tudo começou quando, em plena via, surge um veículo com características estranhas, para bruscamente a frente da sua viatura, o resto foi um cenário digno de um roteiro dos filmes de Hollywood. “5 indivíduos armados até aos dentes retiram - me da viatura e num ápice já eu estava em lugar desconhecido, depois, disse para mim mesmo, já num quarto fedorento e com pertences dos raptores, que aqueles eram os últimos minutos da minha vida. 

Agradeço ao Ministro do Interior e a Polícia nacional pelo trabalho excepcional que resultou na minha libertação. Quando vi pelo buraco da fechadura, homens com coletes e encapuzados, senti que Deus e a Polícia me devolveram a vida, obrigado, mas muito obrigado mesmo, a Polícia existe para isso, para velar pela nossa segurança, estou com muito boa impressão da Polícia, não contava com o envolvimento pessoal do Senhor Ministro do Interior e Comandante Geral " desabafou de alívio o cidadão português.

Numa clara demonstração de comprometimento e responsabilidade com a segurança dos expatriados e não só, o Ministro do Interior manteve um encontro com as vítimas para os tranquilizar e deixar um palavra de alento, tendo de seguida devolvido as vítimas aos seus familiares. 

Em posse dos meliantes foram encontrados alguns meios, como 5 armas de guerra do tipo AKM, 15 carregadores completamente preenchidos com munições, um saco contendo muitas munições, 3 viaturas, 10 telemóveis, 10 milhões de Kwanzas, bem como outros meios que foram utilizados para a perpetração de crimes.

 

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