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Segunda, 25 Julho 2016 07:51

Crise leva muitos imigrantes africanos abandonar Angola

Muitos imigrantes africanos estão a retirar-se voluntariamente de Angola, devido à crise económica que o país atravessa, informou a presidente o Grupo da Mulher Africana, Josefa Rangel Ferreira, ao intervir numa palestra realizada no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, em alusão ao 31 de Julho, Dia da Mulher Africana.

Josefa Rangel Ferreira referiu que o fluxo migratório para Angola, registado nos últimos anos, deveu-se ao facto de o país ser considerado na altura como o “eldorado” de África.

A presidente do Grupo da Mulher Africana informou que a imigração feminina actualmente assume proporções alarmantes em muitos países africanos, devido à situação socioeconómica e política que obriga as pessoas a irem procurar melhores condições de vida. “Estamos com uma situação complexa porque grande parte, não a maioria, encontra-se em situação ilegal. Muitas delas residem no país há mais de 20 anos, mas já estamos a trabalhar com as comunidades africanas residentes no país para colmatarmos esta situação”, frisou.

Para a presidente do Grupo da Mulher Africana, em Angola, apesar das dificuldades que se vive no momento, existem ainda pessoas solidárias e preocupadas em contribuir para a resolução da imigração feminina. O 31 de Julho representa um reconhecimento das lutas de todas as mulheres africanas e uma ocasião ideal para ser feito o balanço dos progressos alcançados e identificar os obstáculos para se melhorar as condições de vida da mulher africana. 

Josefa Ferreira sublinhou que os estados membros da União Africana reconhecem o papel fundamental e insubstituível das mulheres, sua influência na resolução de conflitos, nos processos de negociação de paz e na aplicação da justiça social. A porta-voz do Grupo da Mulher Africana, Jandira Kunga, que foi a prelectora do tema “A imigração feminina em África”, informou que dos 150 milhões de imigrantes existentes no mundo cerca de 50 milhões são africanos. Estes imigrantes, referiu, são provenientes de países como a Líbia, Síria, Nigéria, Somália, Eritreia, Marrocos, Bangladesh, tendo como principais causas os conflitos e insegurança que o mundo atravessa.

A porta-voz recordou que nos meados dos anos 60, quando se iniciou a recolha dos dados sobre a imigração, a mulher era vista apenas como uma acompanhante ou dependente do homem, pai e irmão mais velho. Actualmente, salientou, devido ao aumento de conflitos armados, pobreza, desigualdade, degradação do solo, alta taxa de desemprego masculina, discriminação profissional, doenças, a mulher tem imigrado sozinha muitas vezes em busca de sustento dos filhos.

JA

 

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