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Terça, 28 Junho 2016 14:11

Juiz mostra como Brigadeiro Dragão “roubou” o Estado Angolano

Confrontado com documentos que comprovam que depositou parte do dinheiro retirado da Chancelaria de Angola na Rússia na sua conta particular no BFA, o brigadeiro das FAA alegou que tais valores provinham dos seus honorários como Adido de Defesa e dos subsídios a que ele e os filhos tinham direito, na qualidade de bolseiros.

Augusto do Nascimento, mais conhecidos nas lides militares por Dragão, 56 anos, condenado à pena de três anos e oito meses de prisão efectiva, justificou perante os juízes que partes do dinheiro depositado na sua conta no Banco de Fomento Angola (BFA) de 2010 a 2014, descrito como tendo sido retirado ilicitamente do erário público angolano na Rússia, resultaram da poupança que fazia anualmente.

“Gostaria aqui de deixar claro que, de facto, os valores transferidos para a minha conta do BFA eram provenientes de outra conta que tenho na Rússia. Eram feitos no fim, calculadamente, de um ano de trabalho, como fruto dos meus proventos enquanto adido de defesa e bolseiro”, disse. Na tentativa de garantir que a sua versão fosse bem acolhida entre os juízes, assegurou que, se analisassem pormenorizadamente as suas contas, facilmente perceberiam que, no final de cada ano, existia um montante que transferia de Moscovo para Luanda.

Explicou que parte dos recursos era de seus filhos que se encontravam a estudar naquele país, também na condição de bolseiros, que não tinham contas bancária tanto na Rússia como em Angola. Por esse motivo, viu-se obrigado a depositar os subsídios destes na sua conta bancária e, posteriormente, encaminhá-los para o BFA. Aclarou que no alegado montante não estão inclusos os 100 mil dólares que devolveu ao Estado, como parte do montante de que é acusado de ter roubado.

O ex-adido de Defesa da Embaixada de Angola na Federação Russa, brigadeiro Augusto José do Nascimento "Dragão", foi condenado na quinta-feira passada, pelo Tribunal Supremo Militar (TSM), a três anos e oito meses de prisão, por crime de abuso de confiança.

Em causa, brigadeiro Carlos Vicente, "durante o seu mandato na Rússia o réu extraviou bens militares: valores monetários destinados ao pagamento de subsídios aos bolseiros das Forças Armadas Angolanas (FAA)", naquele país.

Durante o seu mandato (2011 a 2014), refere o Acórdão, Augusto José do Nascimento "transferiu para a sua conta bancária pessoal um valor total de oitocentos e dez mil e 234.05 dólares norte-americanos", segundo apurou uma equipa do TSM que se deslocou à Rússia.

Neste contexto, segundo o Acórdão, cem mil dólares norte-americanos já foram devolvidos pelo ex-adido ao Estado Maior General das FAA.

Contudo, além dos três anos e oito meses de prisão, o réu terá que devolver um total de setecentos e dez mil e 230 dólares.

OPAIS | ANGOP

 

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