Terça, 16 de Abril de 2024
Follow Us

Terça, 02 Fevereiro 2016 10:53

FLEC pede ao novo presidente português "reparação dos erros passados" em Cabinda

A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), que reclama a autonomia daquele território angolano, apelou hoje ao Presidente português eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, para a "reparação dos erros passados" sobre aquele enclave.

Em comunicado enviado à Lusa e assinado pelo porta-voz da FLEC, Jean Claude Nzita recorda o aniversário da assinatura por Portugal do Tratado de Simulambuco, a 01 de fevereiro de 1885, estabelecendo o protetorado de Cabinda, antes da Conferência de Berlim.

"Portugal honrou os seus deveres com o povo de Timor-Leste, mas Portugal traiu o povo de Cabinda, ignorando o Tratado de Simulambuco, tentou vender a soberania do povo de Cabinda que aceitou a sua proteção. Portugal também tentou suprimir Cabinda simulando a sua integração no território de Angola, mas Portugal não consegui extinguir Identidade do Povo de Cabinda nem o seu desejo de independência", lê-se.

O porta-voz daquela força acusa Portugal de "continuar a trair Cabinda", mas garante que "Cabinda não trai Portugal", referindo-se às recentes eleições para a Presidência da República portuguesa.

"A FLEC manifesta o seu contentamento por Portugal poder exercer democraticamente os valores da democracia que estão vedados a Cabinda, por isso felicita a vitória eleitoral do doutor Marcelo Rebelo de Sousa e deseja que a sua presidência seja marcada pela coragem e reparação dos erros passados do país que vai presidir, reconhecendo os direitos legítimos de Cabinda em nome dos laços que unem as duas nações que permanecem lavrados no Tratado de Simulambuco", sublinha Jean Claude Nzita.

Ainda sobre a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República de Portugal, o porta-voz da FLEC acredita que "irá marcar com dignidade a sua presidência" e "terminando corajosamente o processo de descolonização portuguesa inacabado", assim "reconhecendo os direitos e legitima soberania à última colónia lusófona, Cabinda".

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, próximo dos 1,7 milhões de barris de crude por dia, com o enclave de Cabinda a garantir grande parte dessa produção.

Lusa

Rate this item
(0 votes)