Os dados foram hoje avançados à agência Lusa pela diretora provincial de Luanda de Saúde, Rosa Bessa, depois de um encontro do grupo técnico da Comissão Provincial de Combate às Endemias, que analisou a situação da doença na capital angolana.
Segundo Rosa Bessa, a Comissão Interministerial e o Governo Provincial de Luanda reuniram esforços para combater a doença que, nos últimos quatro meses, causou, segundo dados do Ministério da Saúde, seis óbitos dos 12 casos confirmados laboratorialmente.
"As grandes preocupações iniciais foram com o município de Talatona, mas agora estamos preocupados com o de Cacuaco", disse Rosa Bessa, salientando que o ponto preocupante naquele município a norte de Luanda é a zona do Monte Belo.
Rosa Bessa salientou que o administrador de Cacuaco, recentemente nomeado, também participou na reunião, tendo manifestado o seu empenho para que se consiga cortar a cadeia de transmissão.
A responsável sanitária disse que os apelos à população têm sido no sentido de se dirigirem imediatamente ao hospital em caso de diarreia e vómitos, sintomas da doença, dando início ao processo de hidratação do doente a partir de casa.
"É necessário também que se tomem as devidas medidas em casa e consumir água depois de a ferver ou a desinfetar com lixívia como medidas de prevenção", indicou Rosa Bessa.
Outros surtos de cólera afetaram igualmente, este ano, as províncias do Uíge e de Cabinda, ambas no norte de Angola, que atingiu, na primeira, mais de 600 pessoas, causando mais de uma dezena de mortos, e, na segunda, mais de dez casos e pelo menos um óbito, registados em fevereiro passado.
A débil situação de saneamento básico e o uso de água inapropriada para o consumo, devido a problemas de abastecimento à população, são as principais causas apontadas pelas autoridades sanitárias para o surgimento destes surtos.