Ilhas Maurícias congelam fundos do gestor do Fundo Soberano de Angola
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As autoridades financeiras das Ilhas Maurícias anunciaram hoje o congelamento de sete fundos geridos pelo suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais no seguimento de uma reunião do primeiro-ministro com um representante do Governo de Angola.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, os sete fundos cujas contas foram congeladas estavam em três bancos e eram propriedade da Quantum Global Group, que está a gerir três mil milhões de dólares do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), segundo noticiou o jornal suíço Le Matin Dimanche em novembro.
De acordo com o jornal das Ilhas Maurícias L'Express, que teve acesso aos documentos judiciais, o congelamento dos fundos acontece depois de um representante do Governo angolano se ter reunido com o primeiro-ministro, Pravind Jugnauth, na terça-feira.
Os ativos nestes fundos estão entre os 150 e os 200 milhões de dólares, segundo duas fontes anónimas citadas pela Bloomberg, que dá conta ainda de que a comissão cobrada por Bastos de Morais para gerir os três mil milhões de dólares do Fundo Soberano está entre os 60 a 70 milhões por ano.
Contactada pela Bloomberg, a Quantum Global disse estar em contacto com as autoridades e que iria ter uma atualização detalhada sobre este assunto nos próximos dias, não respondendo, no entanto, às questões sobre a suspensão dos fundos.
No comentário enviado, esta holding diz que "a Quantum Global Group reitera que nem o grupo, enquanto gestor do FSDEA, nem o seu fundador, estão envolvidos na transação de 500 milhões de dólares que está a ser investigada pelas autoridades angolanas".
As ligações entre o antigo presidente do FSDEA e o gestor com nacionalidade suíça e angolana têm sido alvo de críticas por parte da oposição e de várias organizações que questionam os montantes envolvidos e a aplicação das verbas sob gestão da Quantum Global.
José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano, e o ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA) Valter Filipe foram constituídos arguidos pela justiça angolana pela prática suspeita de crimes de defraudação, peculato e associação criminosa, entre outros.
A informação sobre os crimes de que são suspeitos foi prestada aos jornalistas pelo subprocurador-geral da República de Angola, Luís Benza Zanga, durante um encontro com deputados angolanos, em Luanda, no final de março.
"Foram constituídos arguidos e ouvidos nessa qualidade, acerca dos crimes de burla por defraudação, peculato, associação criminosa, tráfico de influências e branqueamento de capitais", explicou o subprocurador-geral que anteriormente tinha já revelado que José Filomeno dos Santos tinha sido constituído arguido e estava impedido de sair do país.
José Filomeno dos Santos foi exonerado em janeiro pelo novo Presidente angolano, João Lourenço, do Fundo Soberano de Angola e Valter Filipe foi substituído na liderança do BNA em outubro, também por decisão do chefe de Estado.
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