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Sexta, 30 Dezembro 2016 09:42

Isaías Samakuva receia agravamento da crise em Angola

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, afirmou hoje que a crise que Angola vive pode agravar-se em 2017, em função das condições sociais e de vida de grande parte da população angolana.

"As minhas perspetivas não são boas, o que significa que a crise política e social pode ainda se aprofundar, mas vamos manter o otimismo e procurar encorajar aqueles que têm poder para influenciar o país na busca de soluções concretas e viáveis", disse, em declarações à Lusa.

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, sustenta mesmo que as suas perspetivas para os próximos tempos "não são boas" por entender que as " soluções retóricas" atuais não resolvem os problemas.

"O país não pode continuar na situação em que está e infelizmente as minhas perspetivas para os próximos tempos não são boas, porque na realidade, ao invés de ver soluções e medidas concretas para se resolver os problemas que temos hoje, constato que há uma certa indiferença retórica, dando impressão que há medidas para resolver os problemas que existem, mas na pratica não vejo medidas funcionais", lamentou.

Angola enfrenta desde finais de 2014 uma profunda crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, situação que tem reflexos acentuados na vida dos cidadãos do país, defende Samakuva, a começar por uma inflação a um ano acima dos 40%.

"A crise que inicialmente parecia ser financeira, apenas evolui para uma crise económica e social que se transformou numa crise política, numa crise global e de facto é isso mesmo que nós sentimos à luz do comportamento das pessoas e das afirmações que nós escutamos e da situação que verificamos quando viajamos pelo país", realçou.

Apesar das soluções gizadas pelo Governo angolano, que passam pelo aumento da despesa pública para manter o investimento e as grandes obras, "essas medidas não inverteram o cenário e a situação piorou", afirma o líder do maior partido da oposição.

"Há soluções cambiais e medidas que se anunciam, mas chegado o mês de dezembro vejo que a situação piorou, vou ao banco tentar levantar algum dinheiro, se no passado diziam que não há dinheiro agora me dizem que não há liquidez", enfatizou.

"A diversificação da economia não pode ser com macro projetos e implementados pelo Governo, mas sim pelo cidadão comum na sua aldeia ou comunidade. Se ao invés de liberalizar procurámos centralizar os projetos agrícolas através do Governo, acabaremos por agravar a crise", concluiu.

LUSA

 

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