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Quinta, 25 Agosto 2016 16:28

Oposição com dificuldades para credenciar os seus fiscais do registo eleitoral

Os partidos políticos da oposição alegam que estão a ter dificuldades para credenciarem os seus fiscais ao processo de registo eleitoral, que arrancou hoje no país com outras acusações de mau funcionamento.

De problemas com o número de fiscais passíveis de credenciamento, a brigadistas vestidos com símbolos do MPLA, passando por entraves na actualização dos dados dos eleitores, o arranque do registo eleitoral está a ser fértil em reclamações.

Descontentes com o início do processo, UNITA, CASA-CE e PRS convergem na ideia de que o registo eleitoral nasceu "coxo".

Em declarações à agência Lusa, o secretário para os Assuntos Eleitorais da UNITA, Vitorino Nhany, lamentou que dos 1.788 fiscais formados apenas 574 estejam credenciados para fiscalizar o processo.

Segundo o dirigente do maior partido da oposição, em alguns casos estão a ser aceites três fiscais por cada brigada de registo eleitoral, como foi acordado, mas há casos em que esta orientação não está a ser cumprida.

"No caso do Bailundo (município da província do Huambo), precisamos de 15 credenciais, mas admitiram apenas sete, alegando ordens superiores, e é isto que nós queremos ver tratado com o ministro da Administração do Território. No caso de Ekunha, a situação é a mesma, precisávamos de seis, mas credenciaram apenas quatro", aponta o responsável.

Vitorino Nhany disse ainda que a UNITA já recebeu algumas queixas provenientes da província da Lunda Norte. "Temos a situação ligada à Lunda Norte, em que todos aqueles que têm o cartão de eleitor não estão a ser admitidos, é necessário que se façam acompanhar do Bilhete de Identidade. Estamos a tentar o contacto com o ministro da Administração do Território, porque em 2012 cerca de 65% obtiveram os seus cartões de eleitor através da prova testemunhal, obstáculo que pretendemos resolver", descreveu.

Por sua vez, o vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, adiantou que ainda existem áreas em que os seus fiscais não foram credenciados, exemplificando que dos 10 postos existentes no município de Cangola, província do Uíge, apenas em três há fiscais autorizados.

"E isto está quase que um pouco por todo o país. Também há uma reclamação que recebemos da província do Kuando Kubango, em que o processo vai arrancar hoje, mas a fiscalização só vai ser em Setembro, porque o processo vai arrancar de forma oficiosa e não requer a presença ainda dos fiscais. Quer dizer, é uma informação atabalhoada e que está à margem daquilo que nos foi dito e daquilo que é a nossa expectativa para este processo", reclamou.

Manuel Fernandes contou ainda "casos caricatos em que há áreas em que até se aceitam cinco ou mais fiscais e outras em que só se aceita um".

"Estamos a ver aqui uma desordem que não conseguimos entender. Também outro problema é o facto de, às vezes, brigadistas e pessoas que estão a trabalhar nesse processo estarem a usar as vestes do partido no poder, ou no caso da JMPLA (estrutura juvenil do MPLA), como o que me estão a relatar em Sanza Pombo (província do Uíge)", frisou.

Também o líder do Partido de Renovação Social (PRS), Eduardo Kuangana, presente hoje no acto oficial de lançamento do registo eleitoral, reclamou o atraso no credenciamento de fiscais da sua força política, a terceira maior da oposição no país.

"Contrariamente àquilo que nós ouvimos, que estava tudo preparado, e isso não é correcto. A verdade está a falhar um bocadinho. Deve-se dizer, algumas coisas ainda não estão preparadas, nalgumas províncias estamos já credenciados, outras províncias meio, outras ainda não começaram, tal como o Zaire por exemplo", protesta.

LUSA

 

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