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Sexta, 03 Agosto 2018 21:18

Comandante “Panda” – abre as portas da grandeza perante à pátria

O Excelentíssimo Senhor Comandante Geral da polícia nacional de Angola, mostrou – se recentemente ser digno perante a Pátria, ao renunciar o mais alto cargo que lhe fazia menção, em virtude de estar envolvido num processo de natureza penal, cuja índole visou, um acidente trágico com cenário imprevisível que teve por natureza duas vítimas mortais.

Por João Henrique Rodilson Hungulo

Uma boa parte de indivíduos angolanos, nas suas vestes, pareceriam ofuscos pela teia do seu próprio poder e completamente auto - armadilhados pela arrogância, insatisfeitos com o desastre imprevisto, arriscariam à tudo, chamariam para eles todo o poder em volta, sendo o verdadeiro alicerce para fazer face à conturbada preocupação que os colocou cativos. Intimidariam a família e seus congéneres, com a voz calçada de justificações aberrantes, que lançam todo o corpo de culpa sobre a esfera das vítimas, que hoje foram para terra do exílio e do silêncio, onde não há voz nem audição para ninguém. Para muitos, funcionariam numa verdadeira amnésia pública sobre o ocorrido e fariam rosto de verdadeiros ignorantes, colocando por continuada a sua actividade quotidiana de «Todo poderoso da Pátria», chamando para si o adágio popular - angolano – “tenho imunidades constitucionais e políticas – no entanto, sou intocável”, como disse o escritor brasileiro e médico psiquiatra, o também doutor em Psicanálise […] Augusto Cury: “A vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidentes”. Palavreando a escritora italiana Barbara “Sabes Adam, acho que não sobrevivemos do acidente [Sai Adam, mi sa che non siamo sopravissuti all'incidente].

Outrossim, poderiam vestir – se dos seus coletes de desumanidade e poder, cujo teor visa ignorar as feridas dos acontecimentos que os tomaram por vítimas, e colocariam – se alheios aos factos importados no acidente, ao invés de entregarem – se à razão e ao juízo social, entregar – se – iam à força e a sobrançaria, colocando mais fogo de inocência no panorama, como a água fervente em panela de pressão, tudo à sua sorte.

De levantar e vergar – se perante a imagem que faz o Sr General Panda face ao trágico cenário em sua volta, entregou – se às autoridades, ao invés da força, chamou à si a razão e o juízo, mesmo não sendo este conivente do surpreendente acto trágico que o atacou como salteadores surpreendem as suas vítimas em vias públicas. Panda, não hesitou a consciência que o convocou, levantou – se de sua cadeira de “Todo Poderoso”, a final de contas, é ele mesmo o Chefe do Estado Maior das forças para – militares em Angola, que somente o Sr Ministro do Interior vem à reboque, os demais órgãos dependem dele, talvez comparar Panda ao Senhor Chefe do Estado Maior do Exército de Angola, coisa que não é nada fácil, um homem quão grande como este não hesitariam em escapulir-se da culpa e incutir a força, mesmo que a razão lhe fosse alheia.

O que vê nas estradas de Luanda aos acidentados onde um dos lesados é filho do Sr Alfa ou da Sra Beta, estes transformam o acidente em verdadeiro caos mesmo sendo eles os culpados, não se importando nunca com as vítimas sejam estas mortais ou não, são os verdadeiros deuses na terra, intocáveis e totalmente protegidos pela arrogância, complexos e alérgicos à simplicidade. Panda exerceu exemplo de grandeza, sabia ser este o verdadeiro responsável pelo curso da segurança pública do País, e, o seu exemplo seria um sinal de dignidade para a Pátria, pela qual esteve sempre pronto à servir como um verdadeiro comando sofrido pela violência solta da criminalidade que o povo sofre nas sanzalas e nas ruas de Angola fora.

Não se encontrando palavras para exprimir o seu exemplo de grandeza perante Angola, que ao invés da força chamou para si a razão, como disse Fernando Pessoa “Guia-me a só a razão. Não me deram mais guia. Alumia-me em vão? Só ela me alumia”.

Seria imoral e indecoroso se continuasse nas veste de Comandante Geral da Polícia Nacional, face à tempestade conturbada que veste os dias hoje que o têm como vítima, porém, procurou refutar esta torpe atitude, e posicionou – se no génio de grandeza, convocando ao seu redor a dignidade e o valor de pessoa com ética, deu o seu poder à dispor dos demais, por se achar réu perante a lei, incapaz de trazer os factos à resolução caso continue a ser o “Todo poderoso” da ordem pública do País que todos chamam por Angola.

Panda deu uma chapada sem mãos à gente que se vale pelo poder e pelo dinheiro, por esta e aquela valência social e financeira menospreza os demais – povos simples e pobres, trouxe à simplicidade à seu encontro como disse Dr. António Agostinho Neto “O mais importante é resolver o problema do povo”. Se posicionando assim, quis dizer que está pronto à tudo, sejam quais forem as circunstâncias impostas, é um homem de coragem e de fé, vai lá onde poder ir, sejam quais forem as aventuras impostas, está pronto a servir como também está pronto a perder, é um verdadeiro militar que tem o sangue da coragem à saltar – lhe nas veias, como disse o físico nascido na Alemanha teórico que desenvolveu a teoria da relatividade geral Albert Einstein “Deixem-me começar com uma confissão de fé política: o Estado é feito para o homem, não o homem para o Estado. Isto é igualmente verdade em ciência. Estas são convicções antigas pronunciadas por aqueles para quem o homem em si é o valor humano mais alto. Não teria de repeti-las se não fosse o facto de estarem constantemente em perigo de serem esquecidas, especialmente nos dias que correm, de standardização e de estereotipia. Creio que a missão mais importante do Estado é a de proteger o indivíduo e tornar possível o desenvolvimento de uma personalidade criativa”.

Se outros optariam por dizer “sabem quem eu sou?” ele optou por chamar para si à justiça. Não se tardaria de outras pessoas, memórias de arrogância e falta de boa - fé à família enlutada que perante este grande desastre, a perda que tiveram não terá reparo algum, se faria presente em outras pessoas rios de palavras violentas, que de si despejariam para quem o pudesse acusar de ser a causa do facto. Panda encheu – se de um silêncio de humildade, a si passou de perto o bramido da caridade à família enlutada, Panda quase que paralisou – se no silêncio, reagiu calmo e honesto ao acidente, confessando o sucedido, com um gelo nas mãos, Panda sentiu a voz da solidariedade à família enlutada a coçar – lhe os olhos, pouco lhe faltava lacrimejar pelo sucedido, mas por ser um grande homem, era - lhe a coragem a pegar – lhe as lágrimas como escreveu Helen Keller “É um erro sempre contemplar o bom e ignorar o ruim, porque fazendo isso os povos negligenciam os desastres. Há um optimismo perigoso do ignorante e do indiferente”.

Pessoas sem nenhum recado de dignidade e honra, nem sequer se importariam com isso, para os quais vale eles serem os poderosos, os restantes não importam, Panda deu o verdadeiro exemplo de grandeza para a pátria.

Os acidentes são actos imprevisíveis, e a ninguém lhe contém a glória de antecipá – los, porém, a maioria busca culpados e não quer assumir a culpa sobre os quais estão imputadas, como escreveu Luigi Pirandello “É próprio da natureza humana, lamentavelmente, sentir necessidade de culpar os outros dos nossos desastres e das nossas desventuras”. Na nossa realidade, é a culpa alheia que detém a marcha dos acidentes, sempre vendidos à vontade do pensamento de que estamos a ser caçados pelos anjos do mal ou demónios que os outros nos enviaram ao acorreram à actos supersticiosos do satanismo, sempre os outros são os culpados, se não o fizerem de maneira verbal, então chamaram para si poderes mágicos e malignos contra nós, para com o acto feiticeiro venderem a nossa sorte aos acidentes de trânsito e demais azares quotidianos […]. Nunca estamos dispostos a sentir na carne e nos ossos os nossos próprios erros e assumir as reais razões em volta dos factos. Os acidentes são imprevisíveis, somente à Deus pertence prevê – los – o homem que o fizer previsto só tem a sorte de ser um ser de profecias fortes ou verdadeiramente vidente […]; os acidentes sobrevêm à todos e ninguém é intocável nesta hedionda aventura. A calma e a serenidade face aos acidentes são os reais remédios para sarar as feridas que deste advêm como escreveu Henri-Frédéric Amiel “As almas quietas são como o vaso de Ulisses: no fundo do porão, elas abarcam peles cheias de todos os autónomos furiosos; um acidente esmaga um, e o navio gira, mas o capitão permanece na fé e na paciência em frente do colapso – transmitindo sempre paz e calma aos viajantes”.

Deus seja louvado!

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