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Quarta, 14 Setembro 2016 22:12

Procurador denuncia: 'Lula é o grande general que comandou prática de crimes na Petrobras

O procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato afirmou que o ex-presidente Lula é o "comandante máximo do esquema de corrupção identificado pela Lava Jato".

Segundo ele, Lula recebeu mais de R$ 3 milhões em benefícios da empreiteira OAS com o esquema de corrupção na Petrobras. Os valores teriam sido pagos na forma de reformas em um apartamento tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Em sua fala na tarde desta quarta-feira, o procurador de justiça e coordenador da força tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol disse que o esquema criminoso investigado pela operação divide-se em duas partes: o petrolão e a propinocracia. Segundo Dallagnol, a última representaria o "governo regido pelas propinas".

Ele afirmou que, para aumentar a base aliada e melhorar a governabilidade, o governo negociava com partidos políticos a indicação para cargos públicos. Uma vez nessas funções, os indicados agiam junto a grandes empreiteiras para arrecadar propina e distribui-la no Congresso. O dinheiro faria o governo ganhar aliados na votação de projetos.

"Esse esquema chamado de propinocracia tinha três fins que, em tese, poderiam ser lícitos: governabilidade, perpetuação no poder e enriquecimento. O problema nesse caso foi o método para alcançar esses fins: a corrupção."

Para Dallagnol, o funcionamento de todo o esquema dependia do poder e do aval do ex-presidente Lula.

"Quem tinha poder para distribuir e distribuiu cargos? Lula", disse.

"O funcionamento do Mensalão e da Lava Jato dependia do seu poder como governante e como líder partidário." O ex-presidente também é denunciado por lavagem de dinheiro.

Além do petista, foram denunciados o empresário Léo Pinheiro, da OAS, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, além de Paulo Gordilho, Agenor Franklin Magalhães, Medeiros Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar, nesta quinta-feira, de reunião de emergência do Diretório Nacional do PT, no qual vai rebater as acusações do Ministério Público Federal. Em conversas com aliados nesta quarta, Lula disse que falará sobre as acusações no encontro. Segundo aliados, ele está "indignado", "irado" com as acusações do MPF, e considerou um “teatro” o que foi aconteceu em Curitiba.

Depois da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, o ex-presidente fará um pronunciamento, às 13h. Lula falará num hotel da cidade. Informação foi confirmada pela assessoria do PT.

O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou, nesta quarta-feira, que as acusações contra o ex-presidente são parte da segunda etapa do "golpe" iniciado com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Assim como o colega Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh disse que querem inviabilizar uma eventual candidatura de Lula (à Presidência) em 2018. Lindbergh conversou com Lula por telefone, quando ele confirmou a participação na reunião do Diretório Nacional.

— Estamos revoltados. Eles não apresentaram uma prova! É o golpe continuado. A primeira parte do golpe foi o afastamento de Dilma e agora querem que ele fique inabilitado e não dispute as eleições em 2018 — disse Lindbergh.

 EX-PRESIDENTE NEGA SER PROPRIETÁRIO DO TRÍPLEX

Em sua página no Facebook, o ex-presidente reagiu à denúncia do Ministério Público Federal contra ele. O petista declarou na rede social que “jamais foi proprietário” do apartamento. Segundo a nota, Lula tornou públicos em janeiro passado documentos que provariam que ele não é dono do tríplex de Guarujá. O comunicado reiterou a versão de que Lula esteve apenas uma vez no apartamento, na época em que avaliava uma possível compra do imóvel:

"Jamais foi proprietário dele (o triplex) ou sequer dormiu uma noite no suposto apartamento que a Lava-Jato desesperadamente tenta atribuir ao ex-presidente", afirma a declaração que foi acompanhada de um link para uma matéria do Instituto Lula, com documentos que supostamente comprovariam a inocência do petista.

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