"Este ponto (da Renamo) em Morrumbala constituía uma ameaça e neste momento a situação está controlada e as Forças de Defesa e Segurança [FDS] continuam lá, para evitar um reagrupamento", declarou o porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, em conferência de imprensa em Maputo sobre o balanço da atividade policial da semana passada.
A partir da referida base, na província da Zambézia, prosseguiu Dina, o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) lançou vários ataques contra alvos civis e planeava mais ações armadas, incluindo um incursão no distrito de Mocuba, no passado dia 07.
"A Renamo tem vindo a criar ações de desestabilização e ameaças às populações na Zambézia, houve ataques, queima de viaturas e vandalização de infraestruturas", afirmou o porta-voz da PRM.
Inácio Dina adiantou que durante a tomada da base não se verificaram vítimas do lado das FDS nem por parte da Renamo, afirmando que os homens armados do principal partido de oposição "puseram-se em debandada".
Mas o jornal O País, o principal diário privado moçambicano, que deu a notícia da tomada da base na segunda-feira, refere o registo de vários mortos entre os homens armados da Renamo e a captura do alegado comandante do aquartelamento.
A base de Morrumbala é um dos locais onde a Renamo reagrupou alguns dos seus antigos guerrilheiros no contexto dos confrontos que o movimento tem vindo a travar com as FDS, na sequência das divergências entre o principal partido de oposição e o Governo devido à recusa do movimento em aceitar os resultados das eleições gerais de 2014.
A Renamo exige governar em seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória no escrutínio, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de fraude no escrutínio.
Governo e Renamo retomaram na segunda-feira as negociações de paz, após cerca de três semanas de interregno, a pedido dos mediadores internacionais, mas à saída do encontro não prestaram declarações à imprensa.
MNE moçambicano acusa países de silêncio cúmplice face a alegados crimes da Renamo
O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Oldemiro Baloi, criticou hoje o suposto silêncio cúmplice de países e organizações nacionais e internacionais face aos alegados crimes cometidos pela Renamo, principal partido de oposição.
"O que mais preocupa é o silêncio cúmplice, o silêncio de países, de organizações, dentro e fora do país, que não condenam estas práticas da Renamo", afirmou Baloi, em entrevista hoje à emissora pública Rádio Moçambique.
A condenação ao "crime, ao assassinato e ao roubo" alegadamente perpetrados pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), prosseguiu o chefe da diplomacia moçambicana, não é necessariamente dar razão ao Governo, é dizer que há formas de resolver as diferenças políticas.
Oldemiro Baloi acrescentou que o executivo moçambicano valoriza todas as ideias tendentes à pacificação do país, independentemente da sua proveniência, numa referência à crise política e militar em Moçambique.
O Governo moçambicano acusa o braço armado da Renamo de perpetrar ataques contra alvos civis e militares como forma de pressão ao executivo na sua exigência de governar em seis províncias onde o principal partido de oposição reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
Governo e Renamo retomaram na segunda-feira as negociações de paz após cerca de três semanas de interregno, a pedido dos mediadores internacionais, mas à saída do encontro não prestaram declarações à imprensa.
LUSA