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Sexta, 02 Outubro 2015 11:24

Renamo denuncia novos confrontos hoje no centro de Moçambique

A Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, acusou hoje as forças de defesa e segurança de novos ataques hoje no distrito de Gondola, província de Manica, centro do país, para matar o líder do movimento, Afonso Dhlakama.

"Esta manhã, hoje, 02 de outubro, as tais forças combinadas, fazendo-se transportar em sete viaturas, chegaram a Chitaka, localidade de Mpindanhanga, distrito de Gondola, onde atacaram as populações locais, acusando-as de proteger o presidente Afonso Dhlakama", afirmou hoje, em conferência de imprensa, o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), António Muchanga.

Estas movimentações, prosseguiu Muchanga, resultaram em confrontos com as forças da Renamo.

Segundo o porta-voz do partido da oposição, os sistemáticos e alegados atentados e ataques ao líder do movimento e outros membros do partido podem resultar em confrontos de maior proporção, com consequências imprevisíveis.

António Muchanga disse que Afonso Dhlakama está bem, escusando-se a indicar o seu paradeiro, depois de em entrevistas anteriores ter afirmado que se encontrava algures na província de Manica.

Dhlakama não é visto em público desde o passado dia 26, quando a sua caravana se envolveu num incidente no distrito de Gondola, que o partido considerou ter-se tratado de um ataque das forças de defesa e segurança.

O Governo afirmou, por seu lado, que estas se deslocaram ao local apenas para repor a ordem, acusando a escolta do líder da Renamo de ter matado o motorista de um carro de transporte passageiros.

A Renamo afirmou que resultaram deste incidente sete mortos entre a comitiva de Dhlakama e dezenas entre os alegados atacantes, um balanço bastante abaixo dos 24 divulgados pelo Governo, 23 elementos da oposição e um civil.

Na terça-feira, a polícia moçambicana anunciou a abertura de um processo criminal, por homicídio do motorista da viatura de transportes, contra o líder da Renamo, cujo porta-voz já reagiu, considerando que se trata de "uma palhaçada" e questionando quem vai acusar os autores das alegadas 23 mortes dos homens da oposição.

Este é o segundo incidente em menos de duas semanas que envolve o líder da Renamo, depois de no passado dia 12 de setembro a comitiva de Dhlakama ter sido atacada perto do Chimoio, também na província de Manica.

Na altura, a Frelimo acusou a Renamo de simular a emboscada, enquanto a polícia negou o seu envolvimento, acrescentando que estava a investigar.

Em entrevista ao semanário Savana, o ministro da Defesa, Salvador Mtumuke, também negou o envolvimento do exército.

Moçambique vive sob o espetro de uma nova guerra, devido às ameaças da Renamo de governar pela força nas seis províncias do centro e norte do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 15 de outubro do ano passado.

Lusa

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