À frente da área de implementação e transformação da Sonangol, a angolana Eunice Paula Figueiredo de Carvalho é reconhecida no meio como uma "perita em crises políticas e petrolíferas", essencial para promover a reformulação da concessionária estatal e retirar Angola do aperto.
Os atributos da única administradora executiva do novo Conselho de Administração merecem uma análise da Africa Intelligence, publicação especializada em notícias sobre política, negócios, com ênfase nos sectores da energia e minas.
Apresentada como "o trunfo de Isabel dos Santos para resgatar a Sonangol", Eunice de Carvalho ocupou, antes de chegar à petrolífera estatal, o cargo de presidente da Chevron no Brasil.
Nesse papel, escreve a Africa Intelligence, "supervisionou as negociações com Estado para que a petrolífera norte-americana pudesse retomar as operações no Brasil, depois de ter perdido a licença na sequência de um derrame de petróleo em 2011".
No currículo de Eunice de Carvalho, que na liderança da Chevron fazia a ponte com o Governo angolano, destacam-se ainda as funções de directora financeira do fundo de pensões da seguradora AAA.
Apesar das boas referências, os analistas da Africa Intelligence consideram que para ser bem-sucedida na Sonangol, a administradora executiva, formada em Direito nos EUA, tem de garantir o apoio dos principais players a operar no país.
Nesse sentido, "acompanhada dos seus colaboradores, ela tem multiplicado encontros para explicar as mudanças que a Sonangol está a adoptar", assinala a publicação, adiantando que em Junho, a especialista "manteve reuniões com os directores da britânica BP, da norte-americana Chevron e da francesa Total". Respectivamente: Darryl Willis, John Baltz e Jacques Azibert.
Para além da importância central de Eunice de Carvalho no processo de reestruturação da Sonangol, a Africa Intelligence refere que a gestão de Isabel dos Santos colocou ao serviço da petrolífera angolana alguns dos peritos que têm apoiado a trajectória da empresária.
"Nomeadamente Rui Amendoeira e Paulo Trindade Costa, sócios na firma de advogados portuguesa Vieira de Almeida; Ivo Faria dos escritórios do Porto da auditora PwC, e Alexandre Gorito, director em Angola da consultora Boston Consulting Group".
Todos estão em permanente contacto com a Sonangol e são considerados peças-chave para implementar o novo modelo de gestão, orientado para a excelência e eficiência.
NJ
