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Terça, 15 Março 2016 14:59

Dívida Chinesa deixa Angola cada vez menos petróleo para vender

Afinal, as subidas e descidas do preço do petróleo podem ser menos importantes para a economia angolana do que se supunha. De acordo com a Reuters, Angola está a ficar com pouco petróleo para vender no mercado, porque a produção está cada vez mais a servir para remunerar investimentos das petrolíferas. E para pagar empréstimos à China, país a que Angola deve cerca de 25 mil milhões de dólares.

A falta de receitas petrolíferas obrigou Angola a procurar financiamento estrangeiro, para tapar o buraco orçamental. No caso da China, o pagamento é feito, ou garantido, através de petróleo – os chamados “negócios pré-financiados”. Com o aumento desta fatia, o número de cargas de petróleo que Angola tem disponíveis para venda caiu mais de 50%.

Há 5 anos, metade das 50 a 60 carregamentos mensais despachadas por Angola destinavam-se às petrolíferas – que as pagavam – e 4 a 5 para negócios pré-financiados. Agora, adianta a Reuters, os carregamentos pagos caíram para metade. 

Outra parte substancial dos carregamentos está a ficar para as grandes petrolíferas - Total, Chevron, BP, entre outras. Os contratos permitem que, em situações de baixa do preço do crude, estas fiquem com uma maior percentagem da produção petrolífera, para remunerar os seus investimentos em plataformas e outros requisitos da extração petrolífera. 

Em fevereiro, duplicaram os carregamentos para a China, a título de remuneração dos novos empréstimos. Em dezembro, a petrolífera Sinochem anunciou seis novos carregamentos mensais de Angola. A congénere, também chinesa, Unipec, já recebia 3. 

Resultado: Angola tinha para vender no mercado “spot” apenas um carregamento, em fevereiro. Em março, a disponibilidade foi de 2 a 3. Fonte próxima da Sonangol afirma que a empresa dispõe de “flexibilidade” e que pretende ter 3 a 6 carregamentos disponíveis para vender neste mercado mensalmente.

China e Angola têm feito segredo para as condições do financiamento de 5 mil milhões de dólares. Algumas fontes ouvidas pela Reuters afirmam que o pagamento é feito em petróleo, outras indicam que o último acordo se destina a reestruturação de dívidas anteriores.

AM

 

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