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Terça, 02 Fevereiro 2016 20:34

«Angola tem reservas externas suficientes», garante Governador do BNA ao Finantial Times

O Banco Nacional de Angola comprometeu-se a reforçar, de forma estrutural e significativa, a regulação do setor financeiro e intensificar o combate à lavagem de dinheiro. Garantias dadas pelo governador José Pedro de Morais Júnior, em entrevista ao Finantial Times, na sequência da recusa do Banco da América e o Standard Chartered em continuar a fornecer dólares aos bancos angolanos.

O Banco Nacional de Angola «realizou uma revisão fundamental e estrutural do quadro regulamentar para garantir que o sistema financeiro esteja em conformidade com as mais exigentes normais internacionais», disse José Pedro de Morais Júnior, revelando a publicação de 41 novos diplomas desde 2014, mais 23 a serem publicados este ano. Legislação que abrange áreas como licenciamento dos bancos, auditorias externas, estrutura do capital social ou combate à lavagem de dinheiro.

A escassez do dólar no mercado angolano é uma «preocupação», reconhece o governador, mas acrescentou que «Angola tem reservas externas suficientes e financiamento externo para suportar o impacto negativo provocado pela queda do preço do petróleo».

De acordo com o Fundo Monetário Internacional, refere o Finantial Times, até final de 2015 as reservas internacionais brutas de Angola caíram de 32 mil milhões de dólares em 2013 para 22 mil milhões, ou seja, uma quebra de 11 mil milhões de dólares. As reservas atuais representam o equivalente a sete meses de importações.

A queda abrupta do preço do petróleo, que representa 98 por cento das exportações e três quartos das receitas do Governo, levou a uma redução de 15 mil milhões no orçamento. Por outro lado, o banco Central aumentou as taxas de juros e permitiu a depreciação do Kwanza, que se desvalorizou 31 por cento em 2015.

«O Governo está a racionar a oferta de dólares para o sistema», disse José Pedro de Morais Júnior. Sabendo também que se o Kwanza se desvalorizar para lá de um certo limite isso iria «empurrar os preços e fazer disparar a inflação», face à dependência das importações. Inflação que se prevê de 15 por cento a médio prazo.

As previsões de crescimento feitos pelo Banco Nacional de Angola apontam para quatro por cento em 2015 e 3,3 este ano. O deficit terá disparado de 1 por cento em 2014 para 7,5 em 2015, segundo o FMI, e a dívida representa 57 por cento do PIB.

O Banco Nacional de Angola está em «permanente monotorização da economia». «Acreditamos que o kwanza vai estabilizar, que haverá apenas uma pequena perda nas reservas, que será possível manter o emprego, evitar a instabilidade social e manter o rumo de crescimento», garantiu José Pedro de Morais Júnior ao Finantial Times.

Lusa

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