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Quinta, 01 Outubro 2015 10:40

BNA priorizou 290 milhões de dólares para garantir importações de alimentos em agosto

O Banco Nacional de Angola (BNA) disponibilizou em agosto mais de 290 milhões de dólares em divisas para garantir o pagamento de bens alimentares em compras ao exterior do país, que absorveram 40,6 por cento das reservas consideradas prioritárias.

A informação consta do relatório mensal sobre a venda de divisas (dólares) no mês passado aos bancos comercias e casas de câmbio, com o banco central angolano a reconhecer que continua a priorizar vendas para alguns setores face à necessidade de "assumir a responsabilidade de intervenção no mercado, para satisfazer as operações definidas como prioritárias, pelo executivo.

Situação que, esclarece ainda o BNA, resulta de um "contexto de diminuição das disponibilidades cambiais e elevado risco de desequilíbrio" do mercado, "face à redução dos 'stocks' alimentares e de matérias-primas, bem como riscos de paralisação dos serviços essenciais ao funcionamento da economia".

Em causa está a crise financeira, económica e cambial que Angola atravessa, fruto da forte quebra da cotação internacional do barril de crude, que fez diminuir para metade as receitas fiscais com a exportação de petróleo e com isso a entrada de divisas no país, necessárias para garantir as importações de bens alimentares, matérias-primas ou máquinas.

O BNA vendeu no mês de agosto 1.115,70 milhões de dólares (992 milhões de euros) em divisas, incluindo aos bancos comerciais, sendo que deste total 719 milhões de dólares (639 milhões de euros) foram "direcionadas", consoante as prioridades definidas.

A maior fatia das reservas prioritárias (40,65%) foi destinada precisamente para a aquisição de bens alimentares ao exterior, com 292 milhões de dólares (258 milhões de euros) em divisas vendidos apenas para esse efeito.

Dentro destas reservas prioritárias, o setor petrolífero garantiu 182 milhões de dólares (161,7 milhões de euros) em divisas, enquanto para operações comerciais foram garantidos 60 milhões de dólares (53,3 milhões de euros).

Para as casas de câmbio, e como forma de retirar pressão à procura de dólares pelos clientes nos bancos comerciais, foram destinados 28 milhões de dólares (24,8 milhões de euros), dentro das reservas prioritárias.

As restrições colocadas pelo BNA, nomeadamente com a priorização de setores para atribuição de divisas, justificam-se com a queda na disponibilidade de dólares no país. Em agosto de 2014, o banco central tinha vendido 2.167,88 milhões de dólares em divisas, montante que caiu 48,5% face ao mesmo mês deste ano.

Lusa

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