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Quinta, 12 Julho 2018 10:54

Avião da TAAG pode servir companhia do Bangladesh

A transportadora aérea angolana TAAG está a preparar uma operação “wet lease”, com a qual freta, de Julho a Setembro - por um período de 45 dias -, um Boeing 777-300-ER, com tripulação, à sua congénere Bangladesh Airlines.

A informação foi confirmada ontem ao Jornal de Angola pelo presidente do Conselho de Administração da TAAG, José Kuvingua, que adiantou que, apesar da operação ter enormes possibilidades de vir a ser concretizada decorre, ainda, enquanto um projecto.

“Existem ideias na empresa que estão ao nível de estudos por parte de equipas e que, após a conclusão, serão remetidas à consideração superior para obterem as autorizações”, declarou José Kuvingua para ilustrar o estágio da evolução da operação.

A submissão dos estudos “à consideração superior”, na óptica da TAAG, é uma referência exclusiva ao mi-nistro dos Transportes, Ricardo de Abreu, nomeado para o cargo há menos de um mês, a 19 de Junho, estando empenhado em desloca-ções às empresas públicas do sector que ainda não chegaram à transportadora aérea de bandeira.

O presidente do Conselho de Administração da TAAG considerou que caberá ao ministro encetar outros trâmites na cadeia hierárquica do Estado para a obtenção das autorizações necessárias para a concretização da operação.

Os estudos, prosseguiu José Kuvingua, incidem, entre outras matérias, sobre os cálculos aos quais as equipas constituídas se estão a debruçar, o que a fonte alegou para não indicar que valores estão envolvidos na transacção.

O responsável considerou que operações do género são uma prática comum na indústria da aviação civil: “as em-presas, às vezes, recorrem a estas decisões para colmatar ‘gaps’ (lacunas) de frota”, apontou, notando que ocorrem nesta época sazonal do ano, no Verão do hemisfério Norte, quando o mercado está em alta.

A decisão de estabelecer essa operação pode ser explicada dessa forma, na perspectiva da Bangladesh Airlines, mas, indicou José Kuvingua, o interesse da TAAG reside na rentabilização da frota, decidida no plano estratégico da companhia há cinco anos, apresentado ao mercado no começo de Junho.

O presidente do conselho de administração declarou, ao apresentar o plano, que a transportadora, totalmente pública, necessita de uma capitalização estatal de 952 milhões de dólares (241.579 milhões de kwanzas ao câmbio de ontem) para fazer face às perdas acumuladas nos últimos anos.

A preocupação da administração da TAAG agrava-se, disse a fonte naquela altura, com a necessidade de pagamento de empréstimos contraídos para a aquisição, desde 2015, de três novas aeronaves, bem como revisões planeadas de motores e de manutenção.

A frota da TAAG é composta por 13 aviões Boeing, três dos quais 777-300 ER, com mais de 290 lugares e recebidos entre 2014 e 2016. Conta ainda com cinco 777-200, de 235 lugares, e outros cinco 737-700, com capacidade para 120 passageiros, estes utilizados para as ligações domésticas e regionais, com a operação não rentabilizada.

Dados de Novembro de 2016 apontavam a companhia bengali como detentora de uma frota de 12 aeronaves - quatro Boeing 737-800 e igual número de 777-300ER, dois 777-200ER e dois Bombardier Dash 8 Q400.

Eliminação da primeira classe está em estudo

José Kuvingua também deu como certos estudos internos da TAAG consagrados à eliminação da primeira classe nos voos da companhia, outra decisão decorrente do plano estratégico apresentado em Junho.

O objectivo dessa decisão é o da redução de custos operacionais, uma variável paralela à da rentabilização no Plano Estratégico da TAAG, lembrou o presidente do conselho de administração da companhia a este jornal.

A transportadora debate-se com a prevalência de tarifas que não cobrem os custos operacionais e com uma arreliadora factura relativa aos combustíveis, sendo esta uma das causas que levaram à decisão de estabelecer os estudos para a eliminação desse serviço.

As informações obtidas de outras fontes pela nossa reportagem também dão conta que o serviço passou a estar sujeito a uma fraca procura depois das medidas de restrição económica e orçamental aplicadas pelo Executivo, o que reduziu a taxa de ocupação da primeira classe, geralmente frequentada por funcionários do Estado em deslocações oficiais.

José Kuvingua sublinhou que, desde que a TAAG passou a ter gestão profissional, com conselho de administração liderado por quadros indicados pela Emirates - alguns dos quais permanecem na companhia - o lema da companhia tem sido “rentabilizar sim, mas reduzir os custos”, com o que se procura controlá-los em níveis baixos.

Frota da Taag é constituída por 13 aviões do tipo Boeing

Boeing 3 - 777-300ER de 290 lugares

Boeing 5 - 777-200 de 235 lugares

Frota da Bangladesh Airlines

Boeing 4 - 737-300ER

Boeing 4 - 777-200ER

2 - Bombardier  Dash 8 Q400

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