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Segunda, 13 Agosto 2018 19:29

Governo sem prazos para liquidar dívidas de há sete anos de docentes universitários

Ministra do Ensino Superior, Maria do Rosário Bragança Sambo Ministra do Ensino Superior, Maria do Rosário Bragança Sambo

O Governo angolano continua a apurar a dívida aos docentes universitários, que segundo o sindicato do setor é superior a 3.000 milhões de kwanzas (mais de 11 milhões de euros), disse hoje a ministra da tutela.

"Toda esta dívida que o Estado contraiu com os docentes está a ser levantada, precisamos de ter elementos que nos ajudem a torná-la comprovada para vermos com o Ministério da Finanças a forma de irmos progressivamente pagando esta dívida", disse a ministra do Ensino Superior, Maria do Rosário Sambo.

Em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Escola Superior de Hotelaria e Turismo, em Luanda, a governante, sem revelar o montante, adiantou apenas que o "assunto dívida" continua ser abordado com o Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) de Angola.

"Essa situação é uma das linhas de trabalho que temos tido com o SINPES, tal como tivemos com o estatuto da carreira docente do ensino superior", comentou.

A ministra recordou que, "pela forma como se expandiu o ensino superior, com as dificuldades de ingresso em concursos públicos", as instituições do ensino superior "tiveram que lançar mãos, contratar diversos colaboradores e não foi possível fazer o pagamento devido", acrescentando, por outro lado, que "também não tem sido possível pagar os subsídios a que os docentes têm direito aos mais diversos níveis".

De acordo com o sindicato dos professores universitários, o Estado angolano deve mais de 3.000 milhões de kwanzas a cerca de 1.500 professores universitários, entre subsídios e salários por pagar nos últimos sete anos, conforme noticiou a Lusa em abril.

"Sobre a dívida pública, avaliada acima dos três 3.000 mil de kwanzas, segundo o Ministério há já trabalhos avançados, sendo que foi já criada mesmo uma comissão com esse propósito. Quanto aos fundos para investigação científica, o processo está também em curso", disse na ocasião o secretário-geral do SINPES, Eduardo Peres Alberto.

Em março, a Lusa noticiou que a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, Maria do Rosário Sambo, assumiu os atrasos de pagamento de subsídios aos docentes, tendo prometido a sua regularização em "tempo oportuno", sem contudo adiantar prazos.

"É um assunto que já vem sendo tratado desde a gestão anterior e que seguramente está também na nossa pauta para progressivamente encontrar as soluções. Não podemos definir horizonte porquanto ainda estamos a aguardar, junto do Ministério das Finanças, e de modo oportuno nós possamos ter um plano para fazer todo esse pagamento", assegurou na ocasião. ====

Governo  vai harmonizar até 70% dos currículos do ensino superior

O Governo quer harmonizar até 70% os currículos das instituições do ensino superior, sobretudo cursos da mesma área do conhecimento, de forma a melhorar a mobilidade de alunos e professores pelo país, anuncioui hoje a ministra da tutela.

"Está em curso um processo que vai fazer com que os cursos tenham, na mesma área de conhecimento, cerca de 70% um currículo semelhante, harmonizado, não vamos uniformizar mas sim harmonizar, e depois 30% do currículo será para instituição pôr a sua marca de acordo com o que entender", explicou hoje aos jornalistas a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, Maria do Rosário Bragança, no final de uma visita à Escola Superior de Hotelaria e Turismo, em Luanda.

A governante adiantou que recentemente o ministério que dirige promoveu um seminário com vista à implementação das normas curriculares gerais, devido à existência em instituições superiores de muitos cursos da mesma área com currículos diferentes.

A medida, referiu, vai permitir a mobilidade de alunos e professores no nosso país, a equivalência de uma certa formação numa área, "porque vão-se introduzir as chamadas unidades de crédito para contabilizar o número de horas", facilitando também "a mobilidade na região da África Austral", que a ministra identificou como "outro grande desafio".

Questionada sobre a necessidade da melhoria do 'ranking' das instituições angolanas do ensino superior a nível do continente africano, Maria do Rosário Bragança assumiu que o país não tem ainda um sistema de avaliação das instituições do ensino superior implementado.

Porém, apontou um "recém-aprovado" regime jurídico que, no seu entender, contempla pressupostos para se implementar o sistema de avaliação das instituições do ensino superior "porque não é possível fazer 'ranking' sem avaliação".

A governante defendeu que o sistema "deve ser implementado de forma regular e deve estar enraizado, tem de fazer parte do código genético das instituições", com o objetivo de "melhorar a qualidade de ensino".

 

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