Print this page
Quinta, 05 Abril 2018 17:15

Bornito de Sousa discorda modo de contestação contra governador de Malanje

Os actos de apedrejamento e afronta às autoridades, protagonizados na quarta-feira, por cidadãos que exigiam a saída de Norberto dos Santos, do cargo de Governador Provincial de Malanje, não reflectem o sentimento do povo malanjino, considerou hoje (quinta-feira), em Luanda, o Vice-presidente da República, Bornito de Sousa.

Aproveitando a presença do Vice-presidente da República em Malanje, para orientar o acto central do 16º aniversário da paz e reconciliação nacional, assinalado na quarta-feira, vários populares apedrejaram viaturas e exigiam a exoneração do governador Norberto do Santos, a quem acusam de prática de nepotismo, peculato e incompetência.

Bornito de Sousa disse que o povo de Malanje é um povo sofrido e teve que consentir muitos sacrifícios durante o período de guerra e que agora quer ver o desenvolvimento da província e dos seus municípios. Mas acrescentou que o acto protagonizado pelos jovens “não reflecte o carácter do povo de Malanje”, um povo que considera “pacifico, cumpridor das normas, da lei, da Constituição”, e sempre disponível para “comparticipar com o executivo e as autoridades em todo o processo de desenvolvimento do potencial da província”.

Em declarações à Radio Nacional de Angola, Bornito de Sousa disse ainda que informações preliminares e não definitivas ligam a manifestação a um grupo de moto-taxistas, vulgarmente chamados “kupapatas”, descontente com medidas do governador tendentes a reduzir o número de acidentes, que provocavam uma média de sete a nove mortes diárias.

O Vice-presidente disse ter consciência de que a actividade garante o sustento de muitos jovens, mas que o comportamento tido não reflecte o sentimento e o carácter do povo de Malanje, que “é participativo, pacífico, patriótico, que sofreu sacrifícios durante a guerra e quer ver o desenvolvimento da província e do país”.

A Polícia Nacional dispersou os jovens que tentavam protagonizar a manifestação contra o governador de Malanje. A manifestação teria como móbil um protesto contra a decisão do governo da província que proibiu, em 2016, os moto-taxistas de circularem no centro da cidade, devido ao alto índice de sinistralidade, após consulta ao Conselho Provincial de Auscultação e Concertação Social.

Naquela altura, as estatísticas davam conta de que o índice de sinistralidade rodoviária, envolvendo moto-taxistas, era de seis a sete mortos por dia e cerca de 50 feridos.

O Governo da província decidiu também pôr fim ao serviço de moto-taxistas não licenciados e sem capacete.

Descontentes com medida proibitiva, os moto-taxistas têm criado agitação na cidade, recorrendo à violência e, em muitos casos, a desacatos às autoridades policiais.

Rate this item
(0 votes)
Last modified on Quinta, 05 Abril 2018 18:33

Latest from Angola 24 Horas

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.